Ana, personagem interpretada por Fernanda Vasconcellos em A Vida da Gente, pode ser definida como “uma menina de ouro”. É a melhor amiga de sua irmã, Manuela (Marjorie Estiano), e uma jovem disciplinada, com uma carreira promissora como tenista.
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Mas, modesta e simples, Ana não se deslumbra com a própria fama. Criada com esmero pela mãe controladora, Eva (Ana Beatriz Nogueira), que a exibe como um troféu, a jovem se vê apaixonada por Rodrigo (Rafael Cardoso), seu irmão de criação. Os dois vivem um amor proibido, cheio de obstáculos.
Na entrevista abaixo, Fernanda fala sobre a expectativa para a reexibição da novela, a partir de 1º de março, na TV Globo. A atriz comenta também a importância da personagem em sua trajetória profissional e relembra o período em que a obra foi gravada, há dez anos.
A Vida da Gente foi escolhida para ser reexibida a partir de março e a receptividade do público tem sido muito boa. Como você recebeu a notícia da volta da novela? E esperava que as reações seriam tão positivas?
FERNANDA VASCONCELLOS – Fiquei bastante empolgada com a notícia. Essa novela me marcou de forma muito positiva, não somente pela repercussão que ela teve, mas pela intensidade do processo. Eu esperava reações positivas, claro, mas confesso que fui surpreendida. Que bom que o público está demonstrando desejo em rever novelas antigas, e melhor ainda, saber que essa novela deixou tão boas lembranças.
Qual a importância da Ana na sua carreira? Conta um pouquinho como era viver aquela personagem e como você se preparou na época.
Ana é uma personagem complexa, um prato cheio para uma atriz criar formas de mostrá-la ao público. Além disso, a qualidade desse roteiro e a direção foram importantíssimas para o desenvolvimento da trama. Foram meses de aulas de tênis, curso de apneia (para as primeiras cenas na água), curso de mergulho para a cena do acidente… e tudo isso acontecia enquanto eu preparava o perfil psicológico da personagem. Foi um período intenso de comprometimento e dedicação. Nada pode ser mais prazeroso para um ator que essa oportunidade de viver uma personagem tão rica.
Tem alguma cena inesquecível que te marcou e que você faz questão de rever?
A discussão de oito minutos entre as irmãs Ana e Manuela. Um texto de imensa qualidade com uma gama de sentimentos que estavam guardados entre as personagens, provando por ‘A + B’ que ambas erraram ao longo da vida e que não havia vilã nessa história toda. Aliás, não há vilão em A Vida da Gente, existem escolhas e ao longo dessa decisões temos que arcar com tudo que elas trazem.
E tem alguma que tenha sido muito difícil? Qual e por quê?
Filmar os torneios de tênis. Me lembro do calor escaldante na quadra de saibro, dos baldes de gelo para aliviar as dores intensas no braço. Fisicamente, não foi fácil me adaptar a este esporte em tão pouco tempo. É preciso muita técnica para usar o movimento do corpo junto com a raquete para evitar as lesões.
Quais são suas principais recordações das gravações?
Me lembro do frio na barriga e do sentimento de insegurança nos primeiros dias de gravação, mas, principalmente, me lembro que tínhamos um bastidor leve e nos divertimos muito ao longo desse processo.
Como foi a parceria com o Rafael Cardoso e a Marjorie Estiano? E trabalhar com Jayme Monjardim e Lícia Manzo?
Novela é obra coletiva e o resultado final não poderia ser o mesmo sem o texto de Lícia Manzo, ou a direção geral de Jayme Monjardim e Fabrício Mamberti, ou a competência do resto do elenco ou de toda a equipe de produção… Houve uma sinergia e vontade de todos para que esse trabalho fosse levado ao espectador da forma mais real possível.
Tem alguma curiosidade que você se lembre? Das gravações, das viagens…?
Me lembro do desafio de gravar no frio intenso da Patagônia. Algumas cenas foram adaptadas para locais fechados com calefação. Fazia tanto frio que era impossível dizer as falas sem bater o queixo e ranger os dentes, a gente mal conseguia se mover.
Tem alguma característica ou algo que você aprendeu com a personagem que ficou pra sua vida?
Ana é uma personagem que tem força de vida. Sua superação é impressionante. Ao longo da sua trajetória, ela aprende que é preciso viver com sentimentos ambíguos, que a vida é uma constante transformação e que para existir é preciso usar a força que tem dentro de si.
A Vida da Gente estreia em 1º de março, na faixa das seis. A novela é escrita por Lícia Manzo, com direção de núcleo e geral de Jayme Monjardim, e direção geral de Fabrício Mamberti.