Desistiram

Relembre alguns projetos de novelas que foram adiados ou descartados pela TV Globo nos últimos tempos

Algumas histórias chegaram à telinha algum tempo depois, mas outras ficaram só no papel até aqui

Publicado em 27/02/2023

Com a confirmação de que a TV Globo pretende produzir uma nova versão de Renascer (1993), de Benedito Ruy Barbosa, para estreia no horário das 21h no começo de 2024, logo após Terra e Paixão, de Walcyr Carrasco, que por sua vez deve substituir Travessia, de Glória Perez, não há como deixar de lembrar de casos de projetos bastante adiantados e já divulgados pela imprensa que acabaram sendo deixados de lado pela emissora num passado recente.

Uma nova história criada por Maria Helena Nascimento e Ricardo Linhares estava/está na fila da faixa nobre, mas caso ainda seja produzida isso só deve se dar no segundo semestre de 2024, pelo menos. O título provisório é O Grande Golpe.

Thelma Guedes também tem uma novela engatilhada, escrita em parceria com Thiago Dottori, mas para a faixa das 18h. Sua dupla de muitos trabalhos, Duca Rachid, assina com Júlio Fischer e Elísio Lopes Jr. a próxima novela do horário, Amor Perfeito, que substitui Mar do Sertão, de Mário Teixeira, em março.

A mesma faixa das 18h recentemente viu ser cancelada, com 80 capítulos escritos, a novela Feira das Vaidades, de Gilberto Braga (falecido em 2021) e Denise Bandeira. Outro projeto acalentado já algum tempo é de Bruno Luperi, que deixou-o de lado para escrever o remake de Pantanal (2022) e já está trabalhando em Renascer. Trata-se de O Arroz de Palma, baseado no romance de Francisco Azevedo.

Também de Gilberto Braga é Intolerância, escrita com João Ximenes Braga e que deveria ocupar a faixa das 23h caso não tivesse sido também cancelada. Trata-se de um novo tratamento ao enredo de Brilhante, levada ao ar em 1981-1982 às 20h.

Outro cancelamento recente foi o de O Selvagem da Ópera, de Maria Adelaide Amaral, sobre o compositor Carlos Gomes. Inicialmente uma novela das 23h, a história foi convertida para as 18h, até que terminou deixada de lado. Maria Adelaide deixou a emissora.

Depois de iniciar o desenvolvimento de uma novela para a faixa das 18h, passada no início do século 20 e com foco na luta das sufragistas, mulheres que lutaram por direitos políticos e equiparação social aos homens, Alcides Nogueira apostou em uma adaptação de A Intrusa, romance de Júlia Lopes de Almeida. Mas a TV Globo encomendou ao dramaturgo uma nova versão de Amor Com Amor se Paga (1984), de Ivani Ribeiro.

A previsão inicial de estreia era o segundo semestre de 2022, quando foi lançada no lugar Mar do Sertão, de Mário Teixeira. Houve um adiamento de Amor Com Amor se Paga para 2023, até que o projeto foi cancelado sem nova previsão de produção. Recentemente Alcides Nogueira deixou o quadro fixo de autores-roteiristas da TV Globo.

Estreia de Ângela Chaves e Alessandra Poggi como autoras titulares, Os Dias Eram Assim foi ao ar na faixa das 23h em 2017, como “supersérie”. Mas antes esteve na fila das novelas das 18h, e o protagonista Renato Góes chegou a ser retirado do elenco de A Lei do Amor (2016-2017) antes mesmo de começar a aparecer nela, mas já escalado, a fim de que encabeçasse o elenco da obra das duas autoras.

Lícia Manzo tentou emplacar uma história chamada Jogo da Memória, que ocuparia a faixa das 23h em 2017. De cerca de 50 capítulos o projeto foi reduzido para uma minissérie de 20, e nesse meio tempo houve o deslocamento de faixa de Os Dias Eram Assim. Jogo da Memória acabou cancelada, embora esteja toda escrita e possa ser “a qualquer momento” colocada em produção pela Globo.

Em 2015, após quase 10 anos na Record TV, Lauro César Muniz retornou ao seleto grupo de autores da TV Globo, convidado por Silvio de Abreu, então à frente da Teledramaturgia da casa. O veterano dramaturgo inicialmente foi supervisor de Trem Bom, novela de Maurício Gyboski que tinha estreia prevista para 2017, às 18h, e acabou cancelada.

Lauro César passou então a dedicar-se a uma novela própria, para o horário das 21h, e chegou a desenvolver uma sinopse e os primeiros capítulos. Nenhum dos projetos saiu do papel e o escritor passou poucos meses na casa, tendo sido dispensado sob a alegação de que não seriam mantidos sob contrato profissionais que não estivessem com projetos aprovados e com produção prevista e engatilhada em médio prazo. Na ocasião (início de 2016), a fila da faixa das 21h previa histórias até o começo de 2018.

Antes de Lauro César Muniz, cabia a Aguinaldo Silva a supervisão de Trem Bom, cujo autor Maurício Gyboski havia sido seu colaborador. Aguinaldo estrearia O Sétimo Guardião quando terminasse O Outro Lado do Paraíso (2017-2018), de Walcyr Carrasco. Ante diversos problemas antes da estreia, como acusações de plágio, a produção foi adiada, inicialmente para 2019.

No entanto, ainda em 2018 O Sétimo Guardião estreou, no lugar de Segundo Sol, de João Emanuel Carneiro, que entrou em sua vaga inicial. Para depois dela a TV Globo planejava colocar no ar a estreia de Manuela Dias às 21h, com Amor de Mãe, mas o projeto foi adiado e Walcyr Carrasco acionado para criar a toque de caixa uma nova novela, que foi A Dona do Pedaço. Amor de Mãe veio depois de A Dona do Pedaço, com arestas de roteiro aparadas, mas enfrentou problemas de produção devido à pandemia.

Criada por Priscila Sztejnman e Márcia Prates, Malhação: Transformação seria a substituta de Malhação: Toda Forma de Amar, em 2020, mas a pandemia de covid-19 atrapalhou os planos. A novela foi adiada, depois substituída na vaga por outra temporada, a ser conduzida pelos irmãos Eduardo e Marcos Carvalho, até que os dois projetos acabaram cancelados, bem como a própria Malhação. Após as reprises das temporadas Viva a Diferença (2017-2018) e Sonhos (2014-2015), o horário foi incorporado pelo Vale a Pena Ver de Novo.