O terceiro episódio de The Last of Us, ‘Por Muito, Muito Tempo’, foi uma grata surpresa para os fãs da série de jogos, uma vez que optaram por construir uma história de fundo para duas personagens, que acabaram encantando tantos e levando outros às lágrimas.
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A série pós-apocalíptica da HBO Max entregou, até o momento, seu capítulo mais comovente, focado na vida dos apaixonados e apaixonantes Bill (Nick Offerman) e Frank (Murray Bartlett), dois sobreviventes que criaram um oásis para si mesmos, vivendo em uma realidade (quase) paralela a tudo aquilo que aconteceu com o resto da humanidade, exaltando uma das maiores forças quando todo o entorno está perecendo: cuidar do próximo.
Na terra dos fungos e morte, florescem os morangos do amor
No início de ‘Por Muito, Muito Tempo’, continuamos observando a jornada de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) cruzando a América, porém, isso dura pouco, pois boa parte dos 75 minutos de duração deste mais recente episódio, analisará a realidade de Bill, que vive como o típico homem americano que se orgulha do seu território (a casa) e que protegerá seu pedaço de terra a qualquer custo.
Isso até aparecer Frank, que traz um tanto de medo por tudo aquilo que viu do novo mundo infestado por zumbis, mas também enorme sinceridade, que logo fazem o peito de Bill bater mais forte, algo que ele estava evitando já a alguns anos.
O mais relevante deste capítulo de The Last of Us, é perceber as semelhanças entre o mais novo personagem Bill e o protagonista Joel, dois homens de figura máscula que ecoam medo e insegurança em suas faces fechadas, completamente bloqueados para qualquer coisa que venha de fora e possa machucar qualquer um deles. Portanto, testemunhamos aqui, o tamanho do pesar que é carregar grande aflição em nossas almas e o bem estar que pode mover nossas realidades, caso estejamos abertos à possibilidade de algo novo, que também irá trazer um tipo de medo, mas diferente daquele que nos paralisa e atrofia.
O calor da simbiose
Se ‘Por Muito, Muito Tempo’ figurar como um dos pontos altos desta primeira temporada de The Last of Us, da HBO Max, certamente, entregaremos todos os méritos para o par de atores Nick Offerman e Murray Bartlett, que ofereceram ao público uma dose cavalar de calor humano em um mundo onde só existe o sofrimento e a morte.
Infelizmente, analisamos a direção do episódio, pesar um tanto a mão em alguns momentos, tentando forçar uma emoção – vide o uso manipulativo da lindíssima canção ‘On The Nature of Daylight’ do compositor alemão-britânico Max Richter.
No fim, tal manobra mostrou-se algo desnecessário, de modo que o duo composto por Nick Offerman e Murray Bartlett, era (bem) mais do que o suficiente para entregar todo o ideal de se viver uma vida plena, através do amor mútuo, cuidando um do outro. Algo que, neste momento, não é uma realidade fácil para Joel, apesar de seu ímpeto de uma figura que tem um dom visível para todos, menos o próprio: guardar e proteger a esperança.