A minissérie The Dropout (Star+) chegou na metade final da trama e é possível notar como a maquiagem usada em Amanda Seyfried é horrenda. Há excessos nas sombras aplicadas nos olhos e um batom vermelho totalmente em desarmonia com o look. O penteado desleixado apenas contribui para a aparência sofrível. Esse visual desmantelado foi feito de propósito (então, não culpe a equipe de maquiagem da atração).
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Com o passar dos episódios, o público percebe que Elizabeth Holmes, a golpista vivida por Amanda, nunca foi muito de gastar tempo na escolha de uma roupa ou ficar na frente do espelho usando itens de beleza.
A empresária falsária chegou a trabalhar 20 horas por dia e achava perda de tempo cuidar da própria imagem. Isso pelo fato de se dedicar tanto a revolucionar a medicina (quer dizer, enganar as pessoas ao redor).
Em certo momento, Elizabeth teve uma apresentação importante antes da inauguração da sede da Theranos, a startup fundada por ela. Vestindo roupa simples, a jovem não notou que a alça do sutiã estava aparecendo, escorregando pelo ombro. Um rapaz deu o toque… e ela simplesmente cortou a alça com uma tesoura, pois tinha coisas mais importantes a fazer.
A equipe de maquiagem e figurino de The Dropout precisou captar esse espírito descompromissado de Elizabeth com o visual. E Amanda Seyfried aceitou todas as sugestões erradas e absurdas, pois isso significaria tornar a personagem fidedigna à realidade. A atriz até topou estragar o cabelo para o penteado ficar próximo ao de Elizabeth.
Medo de ficar desempregada
Entregar um trabalho ruim de propósito provocou situações hilárias. A maquiadora Jorjee Douglass, responsável pelo visual de Elizabeth Holmes, disse em entrevista à Vanity Fair que havia receio de ser ignorada em Hollywood após The Dropout. “Fiquei com medo de nunca mais ser contratada por ninguém”, disse a profissional, em meio a muitas risadas. “Essa era nossa piada interna.”
Sendo mais técnica, ela descreveu a base do trabalho em Amanda Seyfried. “Eu estudei todas os diferentes tons de vermelho que Elizabeth usava nos lábios”, falou Jorjee. “Ela frequentemente usava um batom rústico e delineadores desarmoniosos. A maquiagem era fora de balanço com a tonalidade da pele.”
A maquiadora tentou entender porque Elizabeth usava uma maquiagem tão destrambelhada e chamativa (por ser ruim). “Acho que era uma arma para ela usar um batom vermelho forte, bem estereotipado, e a sombra nos olhos daquele jeito. Havia um fator psicológico por trás daquilo, como se ela virasse uma outra pessoa.” Acrescenta-se a isso o tom de voz grave forçado que Elizabeth criou.
Mesmo o desleixo precisou de trabalho meticuloso. Jorjee apressadamente maquiava Amanda, sem muito cuidado, enchendo a cara da atriz de cosméticos. Após umas três horas de gravação, ela encontrava a atriz de novo e aplicava mais maquiagem, entretanto sem remover a anterior. Isso dava o look de quem dormiu sem lavar o rosto, por exemplo, reforçando a falta de cuidado com a maquiagem da personagem. ⬩
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