Com quase 20 anos de carreira e dezenas de trabalhos na televisão, teatro e cinema, Rafael Zulu, que está no ar na reprise de Fina Estampa, conta que trocou a profissão em telecomunicação para investir na carreira artística.
Veja também:
“O sonho de ser artista sempre existiu dentro de mim”, recorda ele, que nasceu em uma comunidade no Rio de Janeiro, dizendo que atualmente o acesso cultural é muito maior. Durante as atuações na TV, ele revela ter sentido muito incômodo ao ler a descrição de cada personagem na sinopse da novela.
“Em um universo de 60 personagens numa trama tem 4 ou 5 negros e, especificamente, colocam ‘negro’”, pontua, contando ainda que artistas brancos não tinham a cor da pele mencionada entre as características.
“Quando você tem o perfil que intitulam como galã colocam alguns adjetivos como ‘bonito’ e ‘charmoso’, que no início é até legal de ler, mas com o passar dos anos você percebe que é literalmente um rótulo e, normalmente, associado à questão sexual, do corpo. Depois de muitos anos eu fui entendendo e não querendo. Na televisão eu era convidado para os meus personagens pelo meu corpo, pela minha cor e aí dentro disso existe uma história muito maior. Fui e venho driblando essas coisas”, declara.
Rafael Zulu pondera também que a televisão não é ocupada verdadeiramente por pessoas negras. “Da mesma maneira que eu não tinha referência há 17 anos, as crianças de hoje seguem tendo poucas”. A entrevista completa irá ao ar no Trace Trends desta terça-feira (28), às 22h30, na RedeTV!.