O diretor e roteirista Eduardo Caldas, de 39 anos, recordou a sua participação durante a novela Pátria Minha (1994), que foi disponibilizada nesta semana no catálogo do Globoplay. Em suas redes sociais, o ex-ator mirim relembrou os desafios de trabalhar ainda criança nos folhetins da TV Globo e destacou a fama de ‘velório’ da obra de Gilberto Braga nos bastidores da emissora.
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“Ser ator mirim é ser uma criança no mundo dos adultos. Pátria Minha é das minhas novelas mais ‘adultas’. Não só pelo tom e tema dela — novelas de Gilberto Braga não são das mais ‘gracinhas’ ou românticas –, mas também em relação ao que acontecia comigo fora da ficção. Profissionalmente, depois de três novelas, essa era a primeira que eu fazia sozinho; sem a mentoria de Mona Laza, preparadora de elenco que trabalhou comigo e com as outras crianças em Felicidade (1991), De Corpo e Alma (1992) e Sonho Meu (1993)”, relembrou o profissional.
Eduardo Caldas também refletiu sobre o enredo de seu personagem na obra assinada por Gilberto Braga, que voltava para o Brasil em meio às dificuldades depois de viver nos Estados Unidos. “Novela das oito já costuma ser animal, essa era de um dos maiores dramaturgos brasileiros de todos os tempos. Trazia uma carga pesada e densa pro meu personagem infantil: um brasileiro que cresce americanizado, volta para uma realidade crua desconhecida, encontra a beleza de uma identidade que tinha, mas não (re)conhecia”, analisou ele.
Por fim, o ex-ator mirim relembrou a fama da novela nos bastidores da TV Globo por conta das mortes dos personagens. “De 15 em 15 capítulos, (meu personagem) perdia algum parente ou pessoa próxima. O elenco brincava que o nome da novela era ‘Enterro’. Ah, ainda tinha que falar inglês! Foi como uma prova final de graduação de um curso de atuação – ou pelo menos imagino; nunca fiz sequer uma aula na minha vida – ministrada por professores como Tarcísio Meira, Cláudia Abreu, Renata Sorrah, José Mayer, Patricia Pillar, Vera Fischer… E eu passei com méritos”, acrescentou Eduardo Caldas.