Domingo Legal completa 10 anos sob o comando de Celso Portiolli e reafirma seu espaço na programação

Publicado em 14/07/2019

Nesta semana, o Domingo Legal, no ar pelo SBT desde 1993, completa 10 anos com a apresentação de Celso Portiolli. Em 2009, Gugu Liberato saiu do Grupo Silvio Santos, no qual trabalhava havia mais de 30 anos na época, e transferiu-se para a Record TV. Com efeito, nesses 10 anos, altos e baixos ocorreram na trajetória do Domingo Legal em meio à guerra de audiência que esse dia da semana representa para a televisão há décadas. No entanto, o desafio de prosseguir com uma atração tão identificada com outro apresentador foi vencido por Celso Portiolli, também ele figura querida dos espectadores da emissora e de grande habilidade na animação de auditórios.

Troca-troca de canais: sai Gugu, entra Eliana

Quando Gugu Liberato decidiu trocar o SBT pela Record TV e deixou a velha casa de forma amigável, inclusive dispensado do pagamento de multa por rescisão contratual por Silvio Santos (de R$ 9 milhões), a imprensa divulgou as possibilidades de novos apresentadores do Domingo Legal.

Celso Portiolli sempre esteve entre essas possibilidades, mesmo porque servia àquela altura de verdadeiro curinga da grade. Desde o Charme Com Adriane Galisteu (pois é) até o Fantasia, Celso podia surgir de um dia para outro à frente de um programa diferente. Além disso, também se falou em César Filho e Ratinho. Bem como também se cogitou que o programa fosse tirado do ar e seu horário ocupado com um tapa-buraco provisório até que Eliana reestreasse na casa. A saber, a loira dos dedinhos (para as crianças dos anos 1990) fazia o caminho inverso ao de Gugu: voltava ao SBT, sua emissora de origem, depois de 11 anos na Record TV.

O início do Domingo Legal com Celso Portiolli

A estreia de Celso Portiolli à frente do Domingo Legal ocorreu em 12 de julho de 2009. Entre as primeiras atrações nas quais o dominical do SBT investiu na nova fase, houve apresentações de funkeiros e sósias de Michael Jackson, então recentemente falecido. Todavia, logo se deixou de lado esse tipo de atração, ante críticas feitas por telespectadores no Twitter, rede social na qual Celso é muito ativo.

Um quadro que mostrava os participantes atravessando uma piscina, com muita gente bem à vontade, foi outro ponto criticado do programa nessa época e logo tirado do ar. Não era como a brincadeira de forte apelo erótico dos anos 1990, mas aludia a ela. Posteriormente, já em 2010, aparições da jovem Elisany, a “garota gigante”, com mais de dois metros de altura aos 14 anos de idade, chamaram a atenção. Mas também despertaram o senso das autoridades para o mundo-cão nos domingos. Casos semelhantes, de pessoas com doenças que as levavam a aparentar mais ou menos idade do que a cronológica ou ter grandes diferenças de estatura em relação à média de seu sexo e idade, ressurgiram nessa época. Não apenas no Domingo Legal, claro. E foram motivo de investigações do Ministério Público.

Quadros que fizeram e fazem a história do programa

Herdado dos tempos de Gugu, o quadro “Construindo Um Sonho” não apenas sobreviveu à troca de apresentador como também se mantém no ar até hoje. “Passa ou Repassa”, que já foi programa independente entre os anos 1990 e 2000 com o mesmo Celso, compõe parte significativa do Domingo Legal e segue com sucesso. Recentemente, “Xaveco”, que também já foi programa à parte, foi relançado com boa acolhida por parte do público. A saber, o formato, que já teve outros nomes e versões em outras emissoras, também chegou a ser apresentado por Celso.

“Comprar É Bom, Levar É Melhor”; “A Princesa e o Plebeu” (nova versão do “Um Dia de Princesa” apresentado anteriormente por Netinho de Paula); “Arquibancada do Riso”, competição de humoristas; “As Aventuras Internacionais de Celso Portiolli”, com o apresentador e as assistentes Diana e Bruna em viagens por outros países; “Jogo das Nove Caixas”. Só para ilustrar, esses foram (ou são) alguns dos quadros de sucesso do programa nesses 10 anos de Domingo Legal com Celso Portiolli na apresentação.

Redução do tempo no ar

Recentemente, das quatro horas habituais de duração que o programa manteve no decorrer do tempo, apenas duas horas foram destinadas pelo SBT ao Domingo Legal. Das 13h às 15h, a saber, enquanto das 11h às 13h eram exibidas atrações da faixa Mundo Disney. A parceria do SBT com a Disney terminou em agosto de 2018. No entanto, apenas em março deste ano o Domingo Legal retomou as duas horas, voltando a quatro. A emissora seguia exibindo programação infantil, uma vez que a audiência não se alterou com a mudança das atrações.

O domingo é um dia de grande concorrência e para o qual as emissoras reservam grande atenção. O foco é em entretenimento, para toda a família ficar reunida diante da TV. De tal forma que manter um programa que seja interessante durante quatro horas é um desafio para apresentador e produção. Um mal que assola a programação dominical em geral, sem dúvida, é a longa duração de determinados quadros. Bem como a semelhança de uns com outros conforme se troca de canal. A audiência pode gostar em princípio. Mas depois se cansa da exploração exaustiva das mesmas fórmulas justamente nesse dia de descanso e relaxamento.

Sem a sombra de Gugu, Celso Portiolli só tem a comemorar no Domingo Legal

Em seu horário, o Domingo Legal tem como grande concorrente o Domingo Show de Geraldo Luís, na Record TV. Além da Globo, claro, que exibe geralmente jornalismo esportivo, humor e um programa de variedades ou musical. Celso se consolidou na segunda posição, com boa diferença para o terceiro colocado (Geraldo).

Com toda a certeza, o apresentador, lançado como ator das “câmeras escondidas” do Topa Tudo por Dinheiro em meados dos anos 1990 após enviar uma fita VHS para Silvio Santos na qual fazia imitações – inclusive do próprio Homem do Baú –, conseguiu manter o Domingo Legal numa boa posição. Assim como deu à atração a “sua cara”. Um grande desafio, após mais de 15 anos com um apresentador como Gugu, que marcou a história do programa.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo.