
Sucesso em sua quinta exibição na TV brasileira – quarta vez na TV Globo, mais uma no Canal Viva -, a novela O Cravo e a Rosa teve 221 capítulos em sua apresentação original, às 18h, de junho de 2000 a março de 2001.
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Mas muita gente não sabe que o plano inicial era de que a história escrita por Walcyr Carrasco e Mário Teixeira com a colaboração de Duca Rachid tivesse bem menos, algo em torno de 90 capítulos. A intenção já vinha da atração anterior do horário, Esplendor, de Ana Maria Moretzsohn, planejada para 80 capítulos – e que chegou a 125.
Quando os autores finalizavam o que seria o segundo terço da novela, por volta do capítulo 60, a emissora deu-lhes a notícia de que, em vez de 90 capítulos, O Cravo e a Rosa teria a duração de uma novela normal, perto dos 200. Isso se deu em razão dos bons resultados, tanto artísticos quanto de audiência.
Isso levou à entrada na trama de uma personagem que até ali era apenas citada: Muriel Marcela (Drica Moraes), filha de Joaquim (Carlos Vereza), que no passado tivera um romance com Petruchio (Eduardo Moscovis).
Marcela, como preferia ser chamada, chegou para cumprir a função de vilã da trama, figura necessária para uma novela que acabou durando bem mais do que o tempo inicialmente previsto.
Em depoimento ao livro Autores – Histórias da Teledramaturgia (Editora Globo, 2009), Walcyr Carrasco declarou que, para a novela curta que O Cravo e a Rosa seria em princípio, bastavam as atitudes de Catarina, que funcionaria como vilã separando a si mesma de Petruchio, para que houvesse conflitos e a trama se sustentasse.
No entanto, para uma novela convencional, em nome do fôlego necessário a manter o enredo no ar por meses e meses a mais, além do vingativo e rancoroso Joaquim (Carlos Vereza), pai de Marcela, a própria surgiu em cena para criar novas intrigas. Ela chega a se casar com o banqueiro Batista (Luís Melo), pai de Catarina.