Nem bem estreou Nara, o espetáculo musical em que celebra a vida e a trajetória da cantora Nara Leão (1942-1989), Zezé Polessa já se prepara para cair na estrada com a montagem escrita e dirigida por Miguel Falabella com base em biografias, depoimentos e entrevistas da cantora que foi considerada como a musa da Bossa Nova.
Veja também:
Atualmente em cartaz no palco do Teatro Firjan Sesi, no Centro do Rio de Janeiro, o espetáculo já arquiteta, além de uma temporada em São Paulo, uma turnê por cinco capitais brasileiras, Belém (PA), Natal (RN), Recife (PE), Brasília (DF) e Vitória (ES), esta última no estado natal de Nara Leão.
Em Nara, Zezé Polessa dá vida à cantora partindo de um ponto de virada em sua trajetória, quando abandonou o título de musa da Bossa Nova e se uniu aos músicos e compositores João do Vale (1934-1996) e Zé Ketti (1921-1999) para compor o elenco do espetáculo Opinião, um protesto sobre a situação social dos retirantes no Rio de Janeiro e a vida no morro.
Partindo deste ponto, o espetáculo retrata a figura disruptiva de Leão e sua vocação de intérprete indomável. Em sua trajetória, além de cantar bossa e samba de protesto, também foi a primeira cantora a dedicar um álbum inteiro ao repertório de Roberto Carlos e Erasmo Carlos (1941-2022), então vistos como figuras menores no panteão da música popular.
Foi Nara Leão também quem impulsionou num primeiro momento a carreira de Chico Buarque de Hollanda e foi responsável por levar para o Rio de Janeiro uma cantora de nome Maria Bethânia para substituí-la no palco do Opinião. Neste espetáculo, Bethânia foi descoberta graças a sua interpretação visceral de Carcará, seu primeiro grande sucesso.
Ainda não existem datas confirmadas para a circulação e para a temporada paulistana do espetáculo Nara.