Nome essencial na reinvenção da música pop brasileira a partir da década de 1970, Tim Maia (1942-1998) será o homenageado da 31ª edição do Prêmio da Música Brasileira, cuja cerimônia acontece hoje, 12, no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com transmissão no canal oficial do prêmio no YouTube e no Canal Brasil.
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Ao todo, 29 artistas pisarão no palco do teatro carioca para interpretar 11 números que abrangem parte considerável do repertório do músico carioca que, influenciado pelo soul e pela black music norte americana, foi o catalisador do movimento no Brasil com hits como Não Quero Dinheiro (Eu só Quero Amar), de 1971, e Vale Tudo, de 1993.
Nomes como Ney Matogrosso e Simone, Céu e Xamã, Zélia Duncan e Silva, Mônica Salmaso, Chico César e Alceu Valença e Marisa Monte vão unir vozes para interpretar títulos como Você, Canário do Reino, A Festa de Santo Reis, Coroné Antonio Bento, Eu Amo Você, Azul da Cor do Mar, Primavera e Um Dia de Domingo.
Se não tivesse saído de cena aos 55 anos de idade, vítima de um choque séptico após um ataque cardíaco, o músico não só teria celebrado 80 anos de idade em 2022, como teria visto, onze anos antes, seu nome ganhar novo fôlego na cultura nacional com a estreia de Vale Tudo – O Musical, espetáculo que narrou sua trajetória sob a ótica da (excelente) biografia escrita por Nelson Motta e lançada em 2006.
Dirigido por João Fonseca, o musical celebrou a vida e o repertório de Tim Maia em produção que rodou o Brasil ao longo de pelo menos três anos. Foi Vale Tudo – O Musical também o responsável por uma virada de chave na carreira do ator e cantor Tiago Abravanel, até então intérprete de pequenos papeis em musicais como Miss Saigon e Hairspray.
Ausência sentida entre o elenco que vai compor a cerimônia do Prêmio da Música Brasileira, Abravanel viu seu nome ser alçado ao primeiro time do teatro musical brasileiro após dar vida a Tim Maia, ainda que, ao longo dos anos seguintes, tenha se aprisionado no repertório do músico em shows e aventuras musicais que jamais delinearam uma identidade.
Impressões à parte, o ator alçou voos mais interessantes na TV e em bom musical, Anastácia, que o tirou de zona de conforto e ajudou a dissipar sua eterna associação com a imagem do síndico, que, 26 anos após sua partida, segue como um dos nomes mais populares da música popular brasileira e merece que seu repertório ainda seja mais explorado dentro da seara do teatro brasileiro, seja ele musical ou não.