Quando subir ao palco do Teatro Oficina, no Bixiga, região central de São Paulo, em 10 de agosto para apresentar o que anuncia ser a última temporada do espetáculo O Que nos Mantém Vivos, Renato Borghi vai também dar continuidade às celebrações de 65 anos da Oficina Uzyna Uzona, histórica companhia de teatro que fundou com o amigo José Celso Martinez Corrêa (1937-2023) em 1958 com montagens ainda amadoras.
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Profissionalizada em 1961 com a montagem de A Vida Impressa em Dólares, o grupo Oficina se tornou uma das mais importantes companhias de teatro do Brasil, tendo em seu currículo montagens do quilate de Os Pequenos Burgueses, Galileu Galilei, Roda Viva e o histórico O Rei da Vela, marco definidor da história do grupo com Borghi como protagonista.
É parte dessa história que também entra em cena em O Que nos Mantém Vivos, espetáculo com recortes da obra do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898-1956) que é apresentado como uma continuação direta de O Que Mantém um Homem Vivo?, espetáculo idealizado e produzido em 1973 por Borghi em parceria com Esther Góes como uma forma de pôr em cena questionamentos sociais e políticos acerca do governo ditatorial militar em voga.
Produzida em 2019, O Que nos Mantém Vivos estabelece uma linha evolutiva como uma análise crítica do governo de Jair Bolsonaro no período pré-pandemia. A obra, dividida em quatro partes, Todo Dia Morre Gente, Deus Acima de Todos, Pátria Armada e Luta Amada discute o avanço do autoritarismo fascista no Brasil e no mundo.
Com elenco formado por Borghi em parceria com Débora Duboc, Elcio Nogueira Seixas, Cristiano Meirelles e Nath Calan, o espetáculo conta com a direção de Rogério Tarifa e roteiro escrito e adaptado por Borghi e Seixas.
O Que nos Mantém Vivos cumpre temporada de 10 de agosto a 01 de setembro com sessões às 20h (sáb.) e às 19h (dom). Os ingressos custam de R$ 40 (meia) a R$ 80 (inteira).