Em meados de 2020, durante a pandemia de Covid-19, a dramaturga e roteirista Maria Adelaide Amaral mergulhou na vida do maestro e compositor paulista Carlos Gomes (1836-1896) para produzir uma minissérie biográfica para a TV Globo.
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O resultado foi tão satisfatório que o então diretor de teledramaturgia da casa, Silvio de Abreu, encomendou uma novela para o horário das 18h a partir do material entregue pela autora.
Entretanto, mudanças na estrutura da emissora levaram Abreu a deixar a casa e Ricardo Waddington a assumir o posto, introduzindo uma nova dinâmica de trabalho. A contenção de gastos foi a principal nova diretriz da emissora, o que levou ao engavetamento da obra por tempo indeterminado – decisão que se manteve mesmo com a saída do diretor da casa em 2023.
Ainda imersa no universo pessoal de Carlos Gomes, Amaral decidiu aproveitar o material de pesquisas para produzir uma peça de teatro baseada na vida íntima do compositor. Nesta nova obra, a autora deve mergulhar em temas como o casamento infeliz com a pianista italiana Adelina Peri (????-????), os problemas financeiros, a morte de um dos filhos e a angústia de ter seu trabalho reconhecido na Europa, mas ser pouco lembrado no Brasil.
Sem título ou data de estreia definidos, o projeto ainda está em fase de produção dramatúrgica sem pressa para ficar pronto. Embora tenha carreira de sucesso na TV, com minisséries como A Casa das Sete Mulheres e Os Maias e novelas como Ti-Ti-Ti e Sangue Bom, escritas com Vincent Villari, Maria Adelaide Amaral tem carreira extensa no teatro.
Entre suas principais criações estão De Braços Abertos, sucesso na década de 1980 estrelado por Juca de Oliveira e Irene Ravache, Querida Mamãe, de 1994, Cenas de um Casamento, de 1996, Pra tão Longo Amor, de 1993, Mademoiselle Chanel, sucesso de Marília Pêra (1943-2015) nos anos 2000, e Frida Y Diego, sobre a relação conflituosa entre os pintores Frida Kahlo (1907-1954) e Diego Rivera (1886-1957).