Qual o segredo da franquia Chicago, com três séries entre as dez mais vistas nos Estados Unidos e sucesso de audiência no Brasil? A fórmula da popularidade está em narrar proezas de heróis do cotidiano, como bombeiros, médicos e policiais. A grife chega em um patamar especial, completando dez anos em 2022. E as novas temporadas estreiam nesta segunda-feira (10), no canal Universal TV.
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A partir das 21h30, entra no ar Chicago Med (sétima temporada), seguida de Fire (décima) e P.D. (nona). Sem indicar fadiga, a franquia demonstra solidez e criatividade na narrativa de histórias de fácil assimilação, capaz de se conectar com telespectadores do mundo todo, mesmo ambientada em uma cidade americana.
É comum bombeiros e médicos aparecerem bem colocadas entre profissões mais confiáveis pela população brasileira (o mesmo se repete em outros países). Os policiais não surgem no topo por diversas razões, em parte pela desconfiança e violência da categoria. Mas todos esses três profissionais têm uma missão vital dentro da sociedade, de socorrer e proteger vidas.
Bombeiros resgatando crianças de prédios em chamas, médicos salvando pessoas em cirurgias delicadas e policiais mantendo a segurança da população caçando criminosos formam o tripé que sustenta a franquia.
Como surgiu Chicago Fire
A franquia Chicago faz valer a força representativa de bombeiros, médicos e policiais e prepara uma salada de atos heroicos com pitadas de dramalhões novelescos, salpicando aqui e ali romances clichês, entreveros clássicos dentro do ambiente de trabalho e mais, tudo para movimentar a trama e torná-la atraente.
Dick Wolf, pai da franquia e decano da TV americana, acumulou uma vasta experiência em séries policiais e jurídicas, de New York Undercover (1994-1999) a Law & Order. No começo da década passada, o produtor investiu na ideia de fazer uma série de bombeiros, que não eram alvos frequentes em temáticas de séries, em comparação aos médicos e policiais.
Não havia muitas ideias além da “vamos fazer uma série sobre bombeiros”. O modelo copiado de estruturação de episódios foi do drama Plantão Médico (1994-2009): ter personagens fortes em um enredo não necessariamente procedural (um caso por episódio), criando arcos de histórias mais longos.
Michael Brandt, cocriador de Chicago Fire ao lado de Derek Hass, explicou à The Hollywood Reporte porque escolheram a cidade de Chicago como pano de fundo para a trama. “Na verdade, foi um processo eliminatório”, falou o produtor. Ele citou que Nova York não seria uma boa opção para uma série sobre socorristas devido ao trauma do 11 de Setembro. “E Los Angeles não tem o clima para o que queríamos fazer”, completou.
“Chicago é muito cinematográfica”, justificou Brandt. “Tem um rio, um lago, temperaturas altas, bairros marginalizados e violentos, metrô… Em termos de cidade, Chicago é difícil de ser superada.”
Chicago Fire estreou em outubro de 2012 sem emplacar imediatamente. Contudo, o público foi chegando aos poucos e abraçou não apenas os bombeiros. A cada lançamento de uma nova série, os telespectadores davam ibope ao filhote recém-nascido, fortalecendo a franquia. P.D. veio em 2014 e Med, em 2015. Justice (2016-2017), sobre advogados, é a única produção derivada cancelada da franquia.
Atualmente, a franquia Chicago é presença certa no topo da audiência televisiva americana, tanto no geral quanto somente entre o público adulto, um feito raro. A NBC, que exibe o trio de séries nos EUA, dá crédito às atrações. Em 2020, renovou todas para três temporadas, de uma só vez. Fire está confirmada até a 11ª leva, P.D. até a décima; e Med até a oitava.
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