Uma das melhores séries lançadas em 2021, Yellowjackets encerra a primeira temporada no domingo (16), na plataforma Paramount+. O drama é imperdível, criado, dirigido e escrito por mulheres. Tem uma ótima história, excelentes reviravoltas e um elenco de alto nível. Por essas e outras a série, já renovada para um segundo ano, tem de ser a próxima da sua lista.
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Yellowjackets é inteligente e altamente viciante. Para começo de conversa, a premissa é vigorosa o suficiente, capaz de chamar a atenção por si só. Em 1996, um time de futebol feminino, de nível escolar, viaja rumo à disputa de um campeonato nacional. Ao sobrevoarem uma floresta densa, a aeronave cai.
Há outra linha do tempo na narrativa. O ano é de 2021 e as mulheres sobreviventes daquele acidente tocam a vida da melhor maneira que podem, apesar do passado as assombrarem constantemente. Algo aconteceu naquela floresta, durante os 19 meses de vida selvagem antes do resgate; um segredo guardado a sete chaves.
Eis então outra característica marcante de Yellowjackets. O desenrolar da história é muito bem conduzido, sem acelerar ou enrolar demais. Cada episódio apresenta reviravoltas fundamentais tanto do passado, das adolescentes em luta para sobreviver, como do presente, delas adultas lidando com o medo de alguém vazar o que fizeram após o acidente.
Olhar feminino
Um dos elogios feitos a Yellowjackets gira em torno da representação feminina na tela, principalmente nas cenas de 1996, com as versões adolescentes das personagens. O retrato pintado e as conversas francas que vão desde menstruação a paqueras, passando pela projeção da vida adulta, religião e sexualidade, têm raiz em quem cria e elabora a trama.
A elaboração do drama foi dividida entre Ashley Lyle e Bart Nickerson. Há maioria de mulheres na sala de roteiristas e na função de diretoras. Metade dos dez episódios da primeira temporada tiveram dobradinha feminina na direção e roteiro.
Isso é uma diferença substancial e uma amostra cristalina de que a representação feminina na tela será mais verdadeira se houver mulheres no processo criativo e executivo. Pode parecer óbvio, mas há obviedades necessárias de serem ressaltadas.
Elenco afiado
Yellowjackets tem nomes conhecidos dos fãs de séries como Christina Ricci (Pan-Am), Juliette Lewis (Secrets and Lies), Melanie Lynskey (Two and a Half Men), Jasmin Savoy Brown (The Leftovers), Liv Hewson (Santa Clarita Diet), entre outras. Entretanto, o diferencial está no conjunto, seja nas versões adolescentes ou adultas das personagens. O entrosamento se sobressai.
A coisa mais evidente é a semelhança entre as duas versões. Realmente, parece ser a mesma pessoa interpretada por duas atrizes diferentes. Mérito para o time de escalação de elenco, na busca de mulheres com traços parecidos, e da equipe de maquiagem e penteado, com o toque de mestre final na caracterização.
Quem já foi fisgado por Yellowjackets torce para a série não decepcionar nas resoluções dos mistérios daqui para frente. Ainda há bastante história a ser contada: o plano é levar a trama até a quinta temporada. Por enquanto, a jornada vale muito a pena.
Confira a abertura psicodélica de Yellowjackets, a cereja do bolo (há dicas sobre a trama nessa vinheta):
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