Crítica

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder deixa boa impressão pela qualidade de produção

Confiram a análise dos dois primeiros episódios da série fantasiosa da Prime Video.

Publicado em 03/09/2022

Finalmente a espera acabou!

Encontram-se disponíveis na plataforma da Amazon Prime Video: os dois primeiros capítulos da primeira temporada – composta de oito episódios – de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder.

Na atual série, baseada no romance O Senhor dos Anéis e seus apêndices de J. R. R. Tolkien, situada milhares de anos antes dos eventos de O Hobbit e O Senhor dos Anéis, acompanhamos um período de relativa paz por todos os principais eventos da Segunda Era da Terra-média, até a criação dos Anéis do Poder, a ascensão do Lorde das Trevas Sauron, a queda do reino insular de Númenor e a última aliança entre Elfos e Homens.

A Sombra do Passado

Logo nos primeiros segundos da produção da Amazon Prime Video, confirmaram aquilo o que se esperava, no caso, Galadriel – interpretada pela atriz Morfydd Clark – assumindo o posto de protagonista principal da trama.

Contudo, sendo a série uma obra de Tolkien, fica mais do que claro que teremos personagens centrais que serão responsáveis por mover esta narrativa para a frente, como por exemplo: Nori (Markella Kavenagh), Elrond (Robert Aramayo), Arondir (Ismael Cruz Córdova), Bronwyn (Nazanin Boniadi) e Durin (Owain Arthur).

Tirando Durin, todos os outros já aparecem em ‘A Sombra do Passado’ – primeiro episódio – de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, colocando seus destinos de modo interligado. Mas, foi através de Galadriel que tivemos algo de mais pungente neste prólogo.

De maneira esperta, observamos a dupla de desenvolvedores e roteiristas J. D. Payne e Patrick McKay estabelecer bem no começo, a oposição de luz e sombra dentro do universo de Tolkien. Porém, houve uma grande sacada em não entregar ali de mão beijada aquilo que pode ser o diferencial desta colossal produção da Amazon Prime Video.

A temática de luz e sombra já não é mais algo fora do comum faz algum tempo, seja na literatura, música, cinema, e assim por diante. O que chama a atenção em ‘A Sombra do Passado’ são duas coisas: primeiro, o peso da angústia e sofrimento que um carrega quando algo malfeito ou trágico acontece, sempre colocando esta mesma pessoa caminhando em círculos em seus dias; e segundo, o nível de atração que a escuridão causa em qualquer um de nós, lembrando-nos que, as vezes, para saber a realidade de onde nos encontramos, seja necessário nos aproximarmos daquilo o que não sabemos está diante de nossos olhos.

Na trilogia feita para o cinema por Peter Jackson, pegamos um pouco disso com Frodo – papel de Elijah Wood – no entanto, a ótima presença de seu melhor amigo Sam, de certa maneira, atrapalhou um pouco este desenvolvimento dentro da obra do renomado cineasta.

Enquanto aqui em O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder da Amazon Prime Video conseguimos sentir toda essa incerteza através de Galadriel, que se apresentou como uma grande força a ser testemunhada por essa primeira temporada.

À Deriva

Agora, em ‘À Deriva’ começamos a mergulhar no cinema de gênero ação em cada um dos blocos da narrativa. É nesse momento que conseguimos perceber o nível alto de qualidade na produção desta série.

Já é de conhecimento por muitos do quanto se gasta para tornar possível recriar algo como a Terra-média, novamente. Todavia, ainda impressiona analisar a meticulosidade e cuidado que observamos na construção deste universo.

Se O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder obtiver o sucesso imaginado, boa parcela disso recai sobre este apuro técnico na criatividade e elaboração de tudo aquilo o que o assinante da Amazon Prime Video pode ver, uma vez que tudo facilita a imersão para quem assiste.

Temos a beleza visual da “caverna” dos anões, como também algo esteticamente chamativo em outros momentos, onde sentimos que estamos vendo algo do gênero terror, como por exemplo, Galadriel tentando sobreviver a um ataque de uma figura das águas de aparência aterradora.

Também podemos destacar algumas boas performances começando a emergir, caso da atriz australiana Markella Kavenagh e sua parceira de cena Megan Richards. Ambas interpretam pés-peludos que vivem pacificamente em uma aldeia que não imagina que algo poderoso reside logo ao lado.

Através da interpretação calorosa de Kavenagh nos aproximamos, enquanto sondamos no imaginário tudo aquilo de benéfico ou maligno que poderá aparecer em seu caminho, naturalmente ajudando no seu crescimento, alguém que certamente nunca viu em sua vida, um tipo diferente de nascer ou pôr do sol.

Um tanto quanto familiar, não?!

Conclusão

Ainda é cedo demais para definir qualquer coisa, entretanto, é mais que perceptível notar algumas destas qualidades do material disponível na Amazon Prime Video conseguindo gerar alta fidelização, indo (muito) além daqueles que já foram convertidos nos cultos à Tolkien.

Tal exercício de futurologia é algo bem descomplicado de se manifestar, pois O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder tem todos aqueles ingredientes de uma grande produção que cativam com facilidade seu público, lembrando que de nada adiantaria termos uma receita com bons ingredientes sem aquilo que dá sabor a tudo: o tempero.

E, nesse caso, já está muito claro que o maior tempero se encontra no fator emocional de conexão para com o assinante, vindo através das personagens, trilha sonora, ou cenário.

O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder representam um universo prestes a se expandir.