A Netflix demitiu 316 funcionários de uma só vez, nesta quinta-feira (23). Os cortes ocorreram em departamentos da empresa ao redor do mundo, mas afetando prioritariamente os americanos e canadenses. Somente nos últimos dois meses, essa foi a segunda grande limpa feita pela gigante do streaming no quadro de colaboradores, composto de cerca de 11 mil pessoas.
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Nos Estados Unidos e Canadá, 216 funcionários foram demitidos, 30 na região da Ásia, 53 na Europa/Oriente Médio/África, mais 17 na América Latina, segundo relatório obtido pelo site The Hollywood Reporter.
“Tanto [Ted Sarandos, co-CEO da Netflix] quanto eu nos arrependemos de não termos visto a desaceleração no crescimento da receita antes disso, para que pudéssemos colocar em prática um reajuste mais gradual dos negócios”, disse Reed Hastings, o outro CEO da empresa, em comunicado enviado aos funcionários.
“Sabemos que essas rodadas de demissões foram difíceis para todos, criando assim muita ansiedade e incerteza”, continuou o executivo. “Planejamos voltar a um curso mais normal de negócios daqui para frente.”
O último corte feito pela Netflix foi em maio, quando 150 pessoas perderam o emprego. As demissões são consequências do balanço negativo do primeiro trimestre deste ano, no qual a Netflix apontou a fuga de cerca de 200 mil assinantes (projetando a perda de 2 milhões de clientes no segundo trimestre). Brotou-se uma crise por causa da queda de receita, as ações despencaram na Bolsa de Valores de Nova York e o valor de mercado da companhia caiu bruscamente (-70%).
Apesar de atravessar o pior momento da curta história, no aspecto financeiro, a Netflix não tira o pé do acelerador quando o assunto é investimento. A ideia é continuar despejando dinheiro em todo tipo de produção, de séries a filmes, passando por realities e documentários, aplicação que deve girar em torno de US$ 17 bilhões (R$ 88,63 bilhões) apenas neste ano.
Há uma década no mercado de produção de conteúdo, a Netflix sente agora na pele o que é enfrentar conglomerados mais robustos, embora ela seja a líder no streaming.
Estão nessa guerra empresas de tecnologia fortes e valiosíssimas, como Amazon (Prime Video) e Apple (Apple TV+), e grupos centenários consolidados em Hollywood, tipo Warner (HBO Max) e Disney (Disney+). ⬩