
Após oito anos de desenvolvimento, finalmente a série Halo vai estrear. Baseada no game homônimo de enorme sucesso, o drama futurista chega na quinta-feira (24), no Paramount+. É a maior aposta da plataforma do grupo Paramount Global (ex-ViacomCBS) na guerra dos streamings, um investimento que beliscou a marca de meio bilhão de reais.
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Quando se trata de custo de produção de séries, Game of Thrones (2011-2019) é a referência, pela grandiosidade efetiva, pelo dinheiro bem gasto em todos os setores de uma atração, a mais premiada do Emmy.
O drama da HBO estabeleceu o custo de US$ 10 milhões por episódio (média das oito temporadas). Se uma série chega perto disso ou iguala é porque vem para arrasar o quarteirão mesmo.
Pois bem, Halo está no mesmo patamar. Cada um dos nove episódios saiu por US$ 10 milhões, total de US$ 90 milhões (R$ 490 milhões). E quase toda essa fortuna foi despejada na produção (cenografia, efeitos especiais, direção de arte), pois o elenco não se aproxima do de GoT, no topo da lista dos mais bem pagos da história da TV americana.
Longa jornada
Halo é uma das franquias de games mais lucrativas de todos os tempos. Desde o lançamento do primeiro joguinho em 2001, exclusivo e original do console Xbox (Microsoft), as vendas batem na casa dos US$ 6 bilhões (R$ 32,55 bilhões). Em 2014, surgiu a ideia de transformar a experiência eletrônica em um projeto televisivo.
Diferentemente de outros games que pararam no cinema, tipo a franquia Doom, o time da Microsoft entendeu que a história de Halo iria ser melhor explorada em formato de série. O universo da trama é muito amplo, com várias ramificações. E o jogo em si é longo, demora cerca de dez horas para ser zerado.
A série foi encomendada pelo Showtime, integrante do conglomerado Paramount. De início, causou surpresa essa parceria porque o canal pago nunca teve uma vertente forte de ficção científica, por ter pegada mais voltada a dramas urbanos premiums como Ray Donovan (2013-2020, 2022) e Dexter.
O trabalho foi andando, com algumas mudanças forçadas na trama, e de forma natural a série Halo foi ganhando uma proporção única, se desgarrando da grife Showtime. Corretamente, a Paramount notou isso e mudou de estratégia. Em fevereiro de 2021, a empresa anunciou a atração sob a bandeira do Paramount+.

Licença necessária
Apesar da história rica e vasta, a série Halo criou jornadas diferentes para os personagens, focada em não se tornar exatamente a mesma coisa do game. A Microsoft aprovou essa ideia, pois criou-se então algo novo a se conferir
Toda a franquia Halo é composta de seis games principais, o mais recente lançado no ano passado. A história base, emulada no drama do Paramount+, começa nos anos 2500, período no qual os alienígenas tentam acabar com a humanidade.
Do lado dos humanos, surge uma força militar altamente treinada chamada de Comando Espacial das Nações Unidas, formada por supersoldados, conhecidos por Espartanos, seres humanos geneticamente modificados.
Quem brinca com o game, vivenciado em primeira pessoa, controla um desses soldados, o Master Chief John-117, interpretado na atração por Pablo Schreiber (Orange Is the New Black).
Descolar dos games e ter vida própria é uma boa sacada, tal qual as inúmeras produções de heróis na TV e no cinema fazem com as HQs da Marvel e DC, por exemplo. Há referências, mas também existe a liberdade de se criar o próprio universo.
Halo entra no mundo das séries cercada de expectativa e a torcida é para que tudo dê certo, que seja bem executada e aceita (a segunda temporada está confirmada).
Um ponto de esperança é o fato de o showrunner da primeira temporada, Steven Kane, possuir experiência de inserir em uma série o clima de jogo de tiro, como é o caso de Halo.
Ele foi um dos criadores e produtores executivos de The Last Ship (2014-2018), drama de sobrevivência que por muitas vezes proporcionou cenas eletrizantes de tiro e explosões dignas dos melhores games de ação.
Veja o trailer, legendado, de Halo
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