Antenor (Tony Ramos) será parado por um policial por estar em alta velocidade e sem documentação em Paraíso Tropical. O dono do Grupo Cavalcanti tentará oferecer dinheiro para o guarda e será preso e levado para a delegacia por tentativa de suborno.
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Belisário (Hugo Carvana) descobrirá que o herdeiro está detido e irá até o local com um advogado. “Eu tenho certeza que você teve um motivo muito sério para você fazer o que fez. Eu conheço você. O que aconteceu comigo foi diferente”, recordará o homem.
“Eu vendia whisky falsificado e fui pego. Tentei subornar o fiscal, fui preso e cumpri pena, coisa que você sabe muito bem e que jogou na minha cara a vida inteira. O que você não sabe é o motivo deu ter subornado aquele policial”, apontará o idoso.
“A única coisa que você não lembra, que você não sabe, é que desde criança é como eu duro, orgulhoso. Eu sempre soube que o que arrasou a sua infância não foi ter sobrevivido a minha prisão, foi a vergonha, a humilhação”, destacará Belisário.
“Por isso você subornou aquele cara? Ele ia acabar com o seu negócio?”, perguntará Antenor. “Não, seu sempre sobrevivi com pouco dinheiro. Na verdade eu tentei subornar aquele fiscal porque eu não queria que ninguém dissesse que aquele whisky era ruim”, revelará o velho.
“Você ainda se preocupa com isso?”, indagará Antenor, aos risos. “Não, isso que esqueci faz muito tempo. A única coisa que eu não esqueci é o que você me deve”, indicará Belisário. “A compaixão que eu não tive?”, questionará o ricaço.
“Não, me deve ter se tornado esse homem duro, orgulhoso que nunca se dobra, incapaz de curvar a espinha e ao mesmo tempo capaz de grandes asneiras, como subornar um guarda. E ainda por cima escolher um honesto. Foi aquele menino que com 10, 12 anos, jurou que não seria mais humilhado, que construiu o Grupo Cavalcanti. Isso você me deve”, dirá o homem. “Eu acho que sim. Devo porque ainda com aquela idade eu realmente jurei para mim mesmo que ninguém nunca mais ia me humilhar. Eu devo sim”, concordará Antenor.
“E hoje você vai ficar me devendo a segunda coisa dessa única herança que você vai levar de mim. Nós vamos sair daqui e ouça o que eu vou te dizer. Não repita para ninguém, sou seu pai, estou proibindo! Às vezes o orgulho e a autoestima são fundamentais. Mas num momento da vida, a gente precisa deixar de lado o orgulho, a vaidade, e dar passagem a um sentimento pequeno, burguês, antiquado, classe-média o carinho, a compaixão, a capacidade de perdoar, pedir desculpas. Cadeia não é lugar para você. Nós vamos sair daqui juntos, nós dois somos Cavalcantis afinal”, concluirá Belisário, abraçando Antenor aos prantos.