OPINIÃO

Tiago Leifert opina sobre demissões da TV Globo: “Tem gente enganando há 30 anos que continua lá”

Ex-funcionário da emissora diz ter causado estranheza alguns cortes na empresa

Publicado em 22/04/2023

Nesta sexta-feira (21), o ex-apresentador do Big Brother Brasil, Tiago Leifert, de 42 anos, se pronunciou a respeito das demissões em massa da TV Globo, que atualmente passa por um processo de reestruturação em seu quadro de funcionários. Durante um bate-papo em seu canal 3 na Área, no YouTube, o jornalista afirma que teria tomado outra atitude sobre os cortes da empresa e diz temer pela qualidade jornalística dos próximos anos.

“Acho que qualquer um de nós, se estivéssemos sentados na cadeira, com chapéu de decidir, teríamos feitos cortes na carne”, disse ele, apontando que teria tomado outra atitude caso tivesse o poder de decidir os rumos da emissora.

Para Tiago Leifert, existe uma confusão entre reestruturação financeira e reestruturação de linguagem no canal que ainda não está clara. “Eu só acho que o entendimento, olhando as manchetes de quem é desligado da empresa, estamos confundindo o que é reestruturação financeira com reestruturação de linguagem, porque os recados são mistos quando a gente olha a lista”, opinou.

O ex-apresentador do BBB seguiu dizendo que as demissões causaram estranheza e que teme pela qualidade jornalística daqui pra frente, já que para cultivar conhecimento no jornalismo, demanda tempo.

“Me causa estranheza. Quando você vê cortes no Google, por exemplo, tem de tudo. Porque os cortes são por posições. Eles retiram um departamento inteiro, então vai embora desde o chefe até quem faz a limpeza daquele setor. É todo mundo. Então acho curioso quando vejo a lista e percebo que tem gente lá enganando há 20, 30 anos e continua por lá. Não acontece nada, porque são eles que assinam”, afirmou Leifert.

Por fim, o jornalista aponta que profissionais com as mais diversas fontes de informações foram desligados da TV Globo, e que os novos contratados terão uma difícil missão de substituí-los.

“Eu fico com medo da qualidade, porque a reportagem é difícil, é um dom. Para cultivar uma fonte, é preciso de tempo. E eu vi gente indo embora que tem muita fonte, porque tem anos de casa. Não sei quanto tempo os novos conseguirão ter essas fontes como os que deixaram a empresa. Era gente que ligava para ligar no celular do governador, do prefeito. Isso leva tempo. Talvez eu não teria feito a mesma lista [de cortes] de quem saiu”, concluiu Tiago Leifert.

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