A Record foi condenada a pagar multa de R$ 200 mil por uso indevido de imagens de dois adolescentes em reportagem do Cidade Alerta veiculada em outubro de 2016, quando o programa ainda era apresentado por Marcelo Rezende, falecido em 2017, vítima de câncer. Atualmente, o noticiário é apresentado, desde 2017, por Luiz Bacci.
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Na ocasião a produção do programa policial deixou de borrar a imagem dos menores de idade, prática necessária quando se trata de crianças ou adolescentes, como normatiza o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
Em reportagem do Cidade Alerta sobre maus-tratos contra um idoso, a câmera filmou os dois adolescentes, filhos da mulher suspeita do abuso. As alegações judiciais contra a Record afirmam que a reportagem não desfocou seus rostos, expondo os menores.
Segundo o colunista Gabriel Vaquer da Folha de S. Paulo, que teve acesso ao processo, a Record TV se defende “A emissora não praticou qualquer ato ilícito ou abusivo”.
Porém a decisão da justiça declarou a emissora culpada. “[Foi] uma nítida exposição vexatória de pessoas em formação”, avaliou o juiz da 11ª Vara Cível de SP, Luis Gustavo Esteves. A Record, no entanto, reiterou que aplicou o efeito “blur” nas imagens captadas.
Procurada pela Folha de S. Paulo, a Record disse que não comenta casos judiciais.
A defesa da emissora entrou com recurso contra a decisão, que ainda não correu em julgado. Mantida a condenação pela Justiça, não se tem previsão de julgamento do recurso.
Inocentados de acusação pela Justiça, os jovens afirmaram ao tribunal que sofreram chacotas no colégio depois que matéria foi ao ar. A justiça determinou que houve desrespeito à legislação que protege a criança e do adolescente e determinou que Record pagasse a multa por danos morais aos dois jovens de Aracaju.