O Outro Lado do Paraíso: Duda compra bordel em Pedra Santa

Publicado em 02/12/2017

Depois de salvar Clara (Bianca Bin) e quase ser morta no atentado que Natanael (Juca de Oliveira) armou, Duda (Glória Pires) vai para o Tocantins em busca de uma nova vida, em O Outro Lado do Paraíso. Tudo que ela quer agora é encontrar a primeira filha que foi obrigada a abandonar depois do parto. Ela chega a Pedra Santa e conhece Leandra (Mayana Neiva), que além de ser sócia do bordel ainda tem uma pousada na cidadezinha. Primeiro a costureira tenta comprar a Pousada, mas acaba se interessando pelo bordel. “Então, quer mesmo comprar meu estabelecimento?”, pergunta Leandra. “Sim. Vamos discutir o valor?”, diz Duda. “Daqui a pouco. Tem umas coisas que quero saber e outra que preciso explicar. Parece bobagem, mas tenho sentimento por esse lugar. Herdei da antiga dona, fiz companhia pra ela. Ajudei na velhice. Sou grata. Então, não quero só fazer um negócio. Tem coração no meio, sabe?”, diz a garota de programa, que ainda se espanta com o interesse da mulher pelo lugar. “Não gosto de falar muito da minha vida”, diz Duda.

Mas Leandra insiste em saber os motivos de Duda. “Pensei em compra uma loja, um restaurante… Gostei do hotel, por ser um lugar de passagem. Mas o bordel é melhor. É o melhor lugar”, explica. “Agora sim quero entender”, diz a garota de programa. “O que eu falar aqui será um segredo entre nós duas…  Tive duas filhas. A última, ficou com meu ex-marido. Nunca mais vi. Pelo caminho que tomou minha vida, nunca mais vou me aproximar dela”, lembra. “É triste perder uma filha. E a primeira?”, quer saber Leandra. “Fui criada numa cidade menor que essa, lembra que eu falei? Morava com uma tia. A gente costurava pra fora. Costuro até hoje. Mas eu, muitas vezes, mais nos fins de semana, ia na casa de mulheres da cidade. Quando a gente precisava, fazia um programa. Pra ganhar um pouco a mais. O dinheiro não chegava pra comer”, conta a costureira. “Então cê foi uma de nós”, pergunta Leandra. “Sim e não, porque nunca me entreguei totalmente a essa vida. Conheci um caminhoneiro. Fiquei grávida dele. Tinha certeza que a gente ia ficar junto. Mas quando tive minha filha, ele tomou a menina de mim”, diz Duda, que lembra em flash back o dia que teve que entregar sua primogênita para o pai criar.

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Leandra acha a história triste e Duda continua. “Triste sim, sofri muito. Mais tarde, conheci meu marido. Ele soube de tudo, nunca menti. Mas me perdoou, casei, fui morar longe. Meu sogro me detestava, descobri depois. Não acho que meu marido contou toda a verdade pra ele, mas meu sogro pelo menos desconfiava de meu passado. Enfim, não importa agora. Voltei pra esta cidade porque o homem, pai da minha primeira filha, morava nesta região”, diz Duda. “Nesta cidade?”, pergunta. “Não sei, era caminhoneiro, sabia muito pouco dele. Não tenho uma pista exata pra onde levou minha primeira filha. Mas ontem, assim que entrei no bordel, um plano se formou na minha cabeça… O bordel é um lugar onde todos os homens vão. O pai da minha primeira filha pode aparecer. Daí faço ele contar onde ela tá. Onde vive. Que nome tem.  Eu encontro minha filha. Minha primeira filha”, diz. “Ele pode estar morto”, argumenta Leandra. “Pensei nisso. Mas conheci um ou outro caminhoneiro amigo dele. Também pode aparecer e tenho fé que vou lembrar”, acredita.

As duas fecham o negócio e Leandra explica que na verdade Duda terá um sócio. “Metade pertence a um sócio misterioso. Não tem o nome no papel. Mas fica com cinquenta por cento do lucro. Ele vem receber secretamente. Eu entrego, em dinheiro. Aliás, eu e ele sempre aproveitamos o encontro, ele gosta da coisa”, explica. “Mas por quê o mistério?”, pergunta Duda. “É um homem importante. Poderoso. Graças a ele a polícia nunca bateu aqui. Nem vai bater.  Eu posso ajudar você na administração. Pretendo ficar aqui um bom tempo ainda, se me quiser. Posso continuar encarregada do pagamento”, diz Leandra, que continuará ao lado de Duda nessa empreitada.