Fazendo história como o primeiro folhetim em cores do Brasil e o primeiro a ser comercializado internacionalmente pela Globo, O Bem-Amado, trama de 1973, estreia no Globoplay nesta segunda-feira, dia 15, como parte do projeto de resgate dos clássicos da dramaturgia.
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Apesar dos quase 50 anos desde sua exibição original e dos muitos avanços tecnológicos que a televisão vivenciou, O Bem-Amado segue como uma obra atemporal. Escrita por Dias Gomes, a trama começa com o corrupto e demagogo Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo), que se candidata a prefeito de Sucupira e se elege com o slogan “Vote em um homem sério e ganhe um cemitério”.
O problema é que ninguém morre para que a obra seja inaugurada. Por isso, o prefeito resolve consentir a volta do matador Zeca Diabo (Lima Duarte) à cidade com a garantia de que ele não será preso. A esperança é que ele lhe arranje um defunto. O prefeito só não esperava que Zeca Diabo voltaria a Sucupira disposto a nunca mais matar ninguém, pois quer virar um homem correto.
Odorico tem como aliadas as irmãs Cajazeiras – Doroteia (Ida Gomes), Dulcineia (Dorinha Duval) e Judiceia (Dirce Migliaccio), que mantêm relacionamentos amorosos com o prefeito sem desconfiarem umas das outras – e Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz), seu fiel secretário pessoal.
“O autor, Dias Gomes, era um crítico profundo e inteligente. A novela tinha personagens maravilhosos, tipos profundos, muito bem compostos e o povo se apaixonou”, recorda o ator Lima Duarte, que fez sua estreia em novelas da TV Globo interpretando Zeca Diabo.
“Eu inventei todo esse jeitinho dele de falar com as pessoas. Na época, eu fui na figurinista e disse que iria arranjar a roupa. Fui em um tintureiro na Estação da Luz, em São Paulo, onde consegui um terno escuro. Depois, fui em um churrasco de um amigo em Sorocaba e um dos convidados tinha um chapéu. Achei que seria um bom chapéu para o personagem, um matador que não mata”, Lima recorda, saudoso, e agradece: “Foi a primeira novela que fiz na TV Globo e, graças ao Zeca Diabo, não saí mais dela e nem também do imaginário brasileiro”.