No dia 26 de maio de 1998, foi ao ar o primeiro capítulo de Hilda Furacão, minissérie da Globo. A produção assinada por Gloria Perez teve 32 capítulos, e era baseada no livro homônimo, que, por sua vez, foi baseado na história de juventude da prostituta Hilda Maia Valentim, conhecida na zona boêmia de Belo Horizonte, como Hilda Furacão. Teve direção de Wolf Maya, Maurício Farias e Luciano Sabino, direção-geral de Wolf Maya, e foi protagonizada por Ana Paula Arósio, que estreava na Globo.
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A trama girava em torno de Hilda Müller, uma jovem bem-nascida que desiste de se casar às vésperas do enlace para se tornar uma prostituta num prostíbulo de Belo Horizonte, após uma revelação da cartomante Madame Janete (Arlete Salles). No Maravilhoso Hotel, ela convive com prostitutas, travestis e cafetões, tornando-se uma verdadeira lenda nas Minas Gerais dos anos 1950, despertando a alegria dos homens frequentadores do local, e a fúria dos “defensores da moral e dos bons costumes”.
O barulho causado por Hilda é tanto que uma grande manifestação popular acontece, opondo os defensores e habitantes do Maravilhoso Hotel, como Maria Tomba-Homem (Rosi Campos) e Cintura Fina (Matheus Nachtergaele), e os conservadores, liderados por Loló Ventura (Eva Todor). Neste conflito entram também os interesses políticos dos chefes e coronéis da região, como Tonico Mendes (Stenio Garcia), dono do Hotel Financial. Em meio a toda esta confusão surge Frei Malthus (Rodrigo Santoro), que toma para si a missão de “exorcizar” o diabo do corpo de Hilda Furacão. No entanto, ele passa a nutrir uma paixão proibida pela prostituta, e vive atormentado por conta disso.
Hilda Furacão foi um grande sucesso da Globo, exibida num ano em que a emissora exibiu várias minisséries. A série de Gloria Perez substituiu Dona Flor e Seus Dois Maridos, e foi substituída por Labirinto. Tinha no elenco nomes de peso, como Paulo Autran, que vivia o Padre Nelson, conselheiro do Frei Malthus; Tarcísio Meira, como o coronel Polidôncio; e Stênio Garcia, que vivia o excêntrico Tonico Mendes. Foi um dos primeiros trabalhos de destaque de Thiago Lacerda, que viveu Amarel.
E a trama marcou a estreia de Ana Paula Arósio na Globo. A estrela, que fez sucesso como modelo, foi revelada no SBT, onde estreou na novela Éramos Seis e, depois, participou de várias produções no canal de Silvio Santos, como Razão de Viver e Os Ossos do Barão. Uma curiosidade da época é que, quando gravou Hilda Furacão, a atriz ainda estava contratada do SBT. A direção da Globo pediu autorização ao SBT para ter Ana Paula na minissérie, e o SBT a cedeu. Ana Paula ficou “emprestada” à Globo entre novembro de 1997 e fevereiro de 1998. Ao voltar à emissora paulista, foi obrigada a participar de oito episódios do programa Teleteatro, que foi ao ar meses depois. Na época, Ana Paula reclamou à Folha de S. Paulo do Teleteatro: “Todo mundo era obrigado a fazer uma coisa de péssima qualidade, malfeita e mal produzida. Espero que nunca vá ao ar. A gente ganha pouco, mas se diverte”, disse ela, em matéria publicada em 24 de maio de 1998.
Em abril de 1998, a atriz rescindiu o contrato com o SBT e assinou com a Globo definitivamente, tendo ganhado o papel de protagonista de Terra Nostra, de Benedito Ruy Barbosa, logo depois. Com status de estrela, Ana Paula encabeçou o elenco de várias outras produções, a maioria de época, como Esperança, Os Maias, Um Só Coração e Ciranda de Pedra, entre muitas outras. No entanto, em 2010, a atriz desistiu de seu trabalho na TV, deixando o elenco de Insensato Coração, onde seria a mocinha Marina, às vésperas do início das gravações, sendo substituída às pressas por Paolla Oliveira. Atualmente, a atriz não faz mais televisão, aparecendo esporadicamente na mídia.
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Reveja a cena em que Frei Malthus tenta “exorcizar” Hilda Furacão: