“Para tirar meu Brasil dessa baderna / Só quando o morcego doar sangue / E o saci cruzar as pernas…” Os versos da música de Bezerra da Silva entoam as primeiras cenas da série ‘Filhos da Pátria’, que estreia nesta terça-feira, dia 19, e fazem uma premissa do que o advento da Independência promete reservar para as terras tupiniquins. O “Grito do Ipiranga” traz mudanças econômicas, políticas, administrativas e sociais. Só resta saber como essas transformações vão interferir, na prática, na vida da população, especialmente da família Bulhosa.
Veja também:
O boca a boca pelas ruas do dia 08 de setembro de 1822 dá conta de espalhar o que aconteceu na véspera. Lucélia (Jéssica Ellen), a escrava dos Bulhosa, está a caminho de casa, com o pão do café da manhã, e escuta todo o burburinho. Zé Gomes (Flávio Bauraqui), seu irmão, é um dos que explanam o feito em praça pública. Ela logo se apressa para contar a novidade aos patrões e entregar o jornal do dia.
Geraldo Bulhosa (Alexandre Nero) não acredita na notícia sobre a Independência que lê, já que trabalha no Paço Imperial cuidando justamente das correspondências entre Brasil e Portugal. Ele corre ao trabalho para averiguar a procedência do anúncio, temeroso pelo que pode lhe acontecer caso seja verdade, afinal, é português de nascença. Pacheco (Matheus Nachtergaele), seu colega de trabalho, é o primeiro que lhe estende a mão. Com a lembrança de que “uma mão lava a outra”, Pacheco propõe uma solução um tanto duvidosa para Geraldo preservar seu posto: compactuar com um dos esquemas escusos que lidera.
Enquanto isso, sua esposa Maria Teresa (Fernanda Torres) se desdobra para arrumar a casa ao lado dos escravos Lucélia e Domingos (Serjão Loroza) na tentativa de aparentar muitas posses, apesar de não ter sequer uma garrafa de vinho na prateleira. Tudo porque vai receber um pretendente de sua filha Catarina (Lara Tremouroux) para o jantar e precisa dar uma boa impressão a fim de garantir um casamento abastado.
Já Geraldinho (Johnny Massaro) também embarca no clima de independência e começa a saborear o gosto da liberdade pelas ruas. Ele abre mão das aulas de português, se esbalda nas tascas da cidade e prega pelo fim da opressão até encontrar um grupo de ciganos que desvenda parte do seu futuro.
‘Filhos da Pátria’ tem criação e redação final de Bruno Mazzeo, direção artística de Mauricio Farias e direção de Mauricio Farias e Joana Jabace.