A famosa gargalhada não mudou com o tempo, mas é fato que ele fez de Fafá de Belém um símbolo de vitalidade. Não à toa, a cantora participa do Globo Repórter especial desta sexta-feira (14), sobre saúde, tema que ela discorre com propriedade.
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“Você tem que ser saudável e tratar a obesidade com seriedade e reaprender a importância de se alimentar bem”, defende ela na entrevista à repórter Lilia Teles, que assina a reportagem do terceiro programa especial da série dos 50 anos do jornalístico.
Em 1978, Fafá já tinha dado um depoimento ao programa, que, naquela época, na vanguarda sobre o tema, bem antes da popularização do conceito de gordofobia, se debruçou sobre a “ditadura da balança”.
O texto de Sergio Chapelin, na apresentação, já questionava: “Como combater a gordura? É realmente necessário fazer regime? Até que ponto a mulher escolhe livremente ou é sugestionada? E as clínicas e remédios de emagrecimento? Fazem bem, ou fazem mal?”
Em seguida, Fafá aparecia se maquiando e cantarolando baixinho: “um jeito de tentação, um corpo roliço e bom, um cheiro de sedução, mulher…”
Questionada se tinha consciência de que era um símbolo sexual do brasileiro, ela respondeu com sinceridade, na época: “Eu sei que esta imagem me foi atribuída, eu acho engraçada. Nada contra, não… Eu acho que toda mulher gosta de ser considerada sensual, bonita e gostosa e eu adoro quando me chamam disso… A pior parte da minha vida foi quando eu tentei ser uma mulher magra. Então, de repente, quando eu me descobri, descobri meu corpo e que eu tinha que usar disso e não me envergonhar de ter o corpo que eu tenho. Aí, me tornei uma pessoa feliz”.
De lá pra cá, Fafá segue empoderada. Ela, que assistiu aos trechos do programa de 1978 no computador levado pela jornalista, relembrou de sua participação para repercutir a morte da cantora Tuca, vítima de uma parada cardíaca, causada por inanição. A artista tentou um regime que chegou até o jejum completo e à morte.
“O que mata é a falta de proteção de amigos e de família e a excessiva pressão da sociedade por um modelo de beleza que alguém inventou, mas, com certeza, não é o brasileiro”, acredita ela.
Na entrevista, Fafá também citou um Globo Repórter, sobre os segredos da longevidade, gravado no Japão, como um de seus preferidos e garantiu: “Eu me olho com 66 anos, com os cabelos brancos, duas netas maravilhosas, mas a minha vida não parou aí. A vovó tá on!”
Ainda para o programa especial dos 50 anos do Globo Repórter que vai ao ar nesta sexta-feira, Sandra Annenberg gravou a abertura na sede Fiocruz, no Rio, como forma de homenagear cientistas e profissionais da saúde pública de todo o país.
E, ao longo de cinco décadas, o programa fez história anunciando descobertas científicas e pesquisas relevantes desenvolvidas no Brasil e no mundo.
O jornalístico também vai relembrar momentos em que o público pôde acompanhar um ecocardiograma da repórter Sandra Passarinho, um transplante de coração, uma cirurgia de retirada de um tumor no cérebro de dentro da sala de cirurgia e refletir sobre os perigos provocados pela obesidade e diabetes, além de debater saúde mental e alimentação balanceada.
“A gente foi mostrando as evoluções das ciências, da medicina, as preocupações com a alimentação, com o bem-estar, com viver bem, com dormir bem. Fizemos um compilado disso e vamos mostrar como o programa ajuda as pessoas a viverem mais e melhor”, garante Lilia, que, na entrevista abaixo, dá mais detalhes sobre o terceiro Globo Repórter da série especial dos 50 anos.