Após estrear como atriz de novelas em Tocaia Grande (1995), na extinta TV Manchete, Taís Araújo, aos 17 anos foi convidada por Walter Avancini para ser a protagonista de Xica da Silva (1996 / 1997), um de seus mais marcantes trabalhos.
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Em entrevista ao Notícias da TV, a artista revelou a vontade de reeditar a história da personagem para a televisão aberta, uma vez que foi contada no final século passado e a sociedade, assim como as preocupações sociais, mudaram muito desde então.
“Xica da Silva tem um olhar muito 1990, né? Sobre a mulher e sobre a mulher negra, sobretudo. Eu tenho muita vontade de recontar essa história, sabe? A gente olhar para a Xica como ela merece“, expõe Taís, exaltando a figura literária. “Acho que ela foi uma mulher articuladora, uma mulher muito política, uma mulher bastante inteligente. Ela nunca foi retratada dessa maneira como merecia ser, como devia“, sugere.
À época, para construir a personagem, Taís explicou que precisou ter bastante criatividade, pois não teve permissão para estudar as referências disponíveis. “Como tinha o Walter Avancini como diretor, ele me proibiu de ver o filme original que a Zezé Motta fez com o Cacá Diegues. Ele queria construir a Xica da Silva dele”, conta a esposa de Lázaro Ramos.
Hoje uma atriz de sucesso, Taís reflete sobre a luta para conquistar seu espaço e os ícones que a ajudaram. “Sem dúvida a Zezé Motta sempre foi uma grande referência. A Léa Garcia e a dona Ruth de Souza (1921-2019) foram as minhas referências e são até hoje, porque elas abriram o caminho para que eu pudesse trilhar“.
Atualmente, outro sucesso da TV Manchete está sendo produzido pela Globo: Pantanal, escrita originalmente por Benedito Ruy Barbosa e adaptada pelo neto dele, Bruno Luperi. Tudo indica que a trama deve ir ao ar em 2022.