Ciro de As Aventuras de Poliana, Nando Cunha detona a produção: “Conservadorismo é o pensamento do SBT”

Publicado em 14/05/2019

No capítulo desta quarta-feira (15) de As Aventuras de Poliana, Ciro (Nando Cunha) irá morrer após ser atingido pelo teto da casa de Arlete (Letícia Tomazella) e não resistir aos ferimentos. Responsável por viver o papel, Nando não teve o contrato renovado com o SBT.

Questionado sobre a produção, o ator detonou. “Eu vejo um texto extremamente de direita. Eles querem passar a história de uma família conservadora tradicional brasileira e coisas dessa nova onda, e não mostram a diversidade”, declarou o famoso ao Notícias da TV.

“Falta um arco dramático maior, aprofundar os personagens, as tramas… Fazer um gancho de um capítulo para outro. As pessoas que me paravam na rua comentavam: ‘Ah, a novela está chata, a novela enjoou’… Não tem um gancho, uma trama para acompanhar, sabe?”, observou o astro.

“Conservadorismo é o pensamento do SBT, do Silvio Santos e do presidente [Jair Bolsonaro], que é amigo dele. A gente vive um retrocesso cultural, econômico e é a partir desse poder que ele [Bolsonaro] está hoje eleito. E o SBT assina embaixo”, seguiu Cunha.

Representatividade

O ator analisou que o negro é tratado de maneira estereotipada na atração. “É uma família de negros pobres em uma comunidade. Por que que não colocaram o meu personagem como dono de colégio e a minha mulher como uma empresária bem-sucedida? Acham que estão fazendo um favor, mas não é favor nenhum. Só estão repetindo os estereótipos de quase todas as emissoras”, disparou o famoso.

Nando revela ainda que chegou a se desentender com uma produtora do folhetim. “Ela já colocou o dedo na minha cara, dizendo que eu não tinha de questionar nada, que eu tinha de fazer o que ela mandava. Desculpa, mas ninguém manda em mim. Eu tenho de acatar ordens da direção, que na verdade são direcionamento”, analisou.

Fim digno?

O ator disse que soube que deixaria a novela pelo grupo do WhatsApp dos atores da novela. “Para você ver como são as relações lá dentro. Depois um diretor veio falar comigo e disse: ‘A casa não quer mais renovar com você’. Eu falei: ‘Tudo bem’. Ele disse: ‘Mas nós vamos dar um final digno para o seu personagem’. O fim digno foi um teto caindo na cabeça dele”, enfatizou Cunha.

Procurada pelo portal, a assessoria da emissora declarou que a morte do personagem já estava prevista no roteiro e que as acusações “não têm nenhum fundamento, ao contrário, o ator sempre foi bem tratado por todos da equipe de teledramaturgia”.

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