Jéssica Sodré foi uma das atrizes revelação da TV brasileira em 2004, quando estreou em Senhora do Destino interpretando a adolescente rebelde Lady Diane. Hoje, aos 37 anos, ela leva uma vida mais reservada. Ela revelou que recentemente que foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) e explicou que compreendeu por que se sentia dificuldade para lidar com a atenção dos fãs.
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“Em algum momento da vida, achei que não cabia mais nesse lugar de fazer televisão. O que acontecia (no passado, quando era muito assediada por espectadores da novela) era um processo traumático para mim. Há alguns anos, entendi por que foi assim.Tenho diagnóstico de autismo e TDAH. Isso muda a forma como a gente se relaciona no mundo. Eu não entendia as pessoas nem o modo como elas agiam. Era como uma incapacidade de perceber as nuances”, disse à coluna de Patrícia Kogut.
A atriz também detalhou que essa situação acabou atrapalhando sua vida artística. “Por isso, eu estava há bastante tempo sem procurar nenhum meio de fazer testes. Mas há uns dois anos, investiguei e tive o diagnóstico. Agora que me entendo, acredito que estou pronta para voltar ao mercado. No set, nunca me senti mal. Ser dirigida, por exemplo, era normal. Faço teatro desde os 10 anos”, completou.
A atriz disse ainda que sua maior dificuldade era lidar com o assédio nas ruas. “Foi com a parte relacional que tive mais problemas. Imagina uma pessoa com algum tipo de fobia social sofrer com assédio nas ruas… Eu pegava ônibus porque morava em Nilópolis, ia tendo que lidar com pessoas com diferentes tipos de comportamento”, disse.
Durante a pandemia da covid-19, a atriz precisou fechar sua empresa de recreação para festa infantil em razão da quarentena e vendeu parte do acervo. Atualmente monta um espetáculo de contação de histórias que guiará turistas pela Pequena África, no Rio de Janeiro. Ela também atua na inserção pedagógica de jovens.
“Como sou professora de teatro, às vezes faço oficinas para o Laboratório da Juventude, trabalhos com alguns jovens dentro de suas comunidades. E o outro projeto, o da Pequena África, é a contação de “A sociedade secreta dos tambores bantus”. Era feita por Macedo Griot. E é importante dizer que é dele. Ele teve a generosidade de passar o bastão pra mim. Estou montando para lançar, se for possível, em junho”, explicou.