Apresentador do programa TV Atalaia Entrevista, o jornalista Carlos Batalha foi suspenso da TV Atalaia, afiliada da Record em Sergipe, após dar repercussão para uma notícia falsa sobre a vereadora Marielle Franco, assassinada no último dia 14 de março.
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Nesta segunda-feira (19), Carlos Batalha se baseou em uma fake news que dizia que Marielle tinha envolvimento com o tráfico de drogas, e que ela teria sido casada com Marcinho VP, um traficante ligado ao Comando Vermelho.
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Para referendar sua posição, Carlos citou a desembargadora Marília Castro Neves, que em seu Facebook, também deu eco para as notícias falsas, ao dizer que Marielle foi eleita pelo crime organizado.
As afirmações fizeram Marília Castro ser investigada pelo corregedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), João Otávio Noronha, por crimes de ódio justamente contra a vereadora morta no Rio de Janeiro.
Na abertura de seu programa, Batalha diz que estava dando apenas sua opinião e cutucou a imprensa, dizendo que estavam transformando Marielle em santa de forma totalmente errada.
“Eu não posso passar calado sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco. Já tá demais. Tem emissora de TV que não quer saber de outro assunto. Os senhores sabiam que já existem denúncias consistentes? E que uma dessas denúncias foram feitas por uma desembargadora do Rio de Janeiro? Os senhores sabiam que Marielle tem envolvimento com o tráfico de drogas, com o Comando Vermelho, com o tráfico de drogas, com Marcinho VP? E essa moça agora virou santa? Pelo amor de Deus”, disse Batalha.
O fato gerou revolta na cidade de Aracaju (SE). O diretório do PSOL em Sergipe confirmou em sua página no Facebook que entrará com uma representação contra Carlos Batalha na Justiça. “Não deixaremos barato”, afirmou o partido.
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A TV Atalaia/Record, em editorial no seu jornal noturno, o Jornal do Estado, também pediu desculpas pelo ocorrido também nesta segunda-feira (19). A emissora disse que a opinião foi exclusivamente de Batalha e que repudia o que ele disse, alegando também estar estarrecida com o caso Marielle Franco.
“A opinião do jornalista não é a mesma do Sistema Atalaia de Comunicação. Lamentamos profundamente que as palavras do jornalista, carregadas de contexto político e pessoal, tenham sido proferidas em um programa de nossa emissora. A TV Atalaia sente muito, e pede desculpas aos telespectadores, e também a família, amigos e admiradores da vereadora barbaramente executava”, disse o âncora Gilvan Fontes ao ler a nota.
Já nesta terça-feira (20), o TV Atalaia Entrevista não foi mais ao ar. A informação apurada pelo Observatório da Televisão é que ele foi cancelado. A reportagem tentou entrar em contato com Carlos Batalha durante todo o dia desta terça, mas não conseguiu contato com o jornalista.