O filme Eu Vi o Brilho da TV (I Saw the TV Glow, 2024), dirigido por Jane Schoenbrun, é uma obra que mescla terror psicológico e realismo fantástico para explorar temas profundos como identidade de gênero, escapismo e a influência da mídia na formação pessoal. Produzido pela A24, o longa estreou no Festival de Sundance e rapidamente se destacou pela crítica especializada.
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A narrativa acompanha Owen (Justice Smith), um adolescente introspectivo que forma uma conexão intensa com Maddy (Brigette Lundy-Paine) através de um programa de TV dos anos 90 chamado The Pink Opaque. A série, centrada em duas adolescentes com poderes psíquicos, torna-se uma obsessão compartilhada que transcende a ficção, afetando profundamente a percepção de realidade e identidade de Owen.
Visualmente, o filme é marcado por uma estética neon que remete à década de 1990, utilizando cores simbólicas que dialogam com a bandeira LGBTQIAP+. A trilha sonora, com músicas lentas e atmosferas densas, complementa a ambientação nostálgica e introspectiva.
A diretora Jane Schoenbrun utiliza a trama como uma metáfora para sua própria experiência de transição de gênero, oferecendo uma perspectiva simbólica e fantástica sobre as lutas e desejos relacionados à identidade. A abordagem lenta e contemplativa do filme visa estabelecer uma conexão profunda entre os personagens e o público, embora alguns críticos apontem que o ritmo possa ser excessivamente arrastado.
Eu Vi o Brilho da TV é uma obra que desafia classificações convencionais, oferecendo uma experiência cinematográfica única que ressoa especialmente com a Geração Z e o público LGBTQIAP+. Sua exploração da linha tênue entre realidade e ficção, aliada a uma estética marcante, torna o filme uma reflexão poderosa sobre o poder transformador da mídia e a busca por identidade em um mundo saturado de informações.