
Christopher Nolan, cineasta conhecido por suas narrativas complexas e experimentais, apresenta em Oppenheimer uma abordagem mais acessível sem perder a profundidade. O longa, que explora a vida de J. Robert Oppenheimer e seu papel na criação da bomba atômica, exige uma atenção especial do público devido à sua estrutura narrativa fragmentada. Ao contrário de outros filmes de Nolan, como A Origem ou Amnésia, Oppenheimer se torna um dos mais fáceis de seguir, embora ainda desafie os espectadores com sua multiplicidade de personagens e questões éticas.
Veja também:
- Gravidez inesperada: Confira detalhes do capítulo especial (sábado, 19/04) de Garota do Momento
- No leito de morte, Nando cava a cova de mulher inesperada na reta final (21/04-26/04) de Volta por Cima
- Após velório do bebê, Lígia muda de vida e vira protagonista dos próximos capítulos (28/04-03/05) de Garota do Momento
Com mais de três horas de duração, o filme mergulha no dilema moral de Oppenheimer, o físico responsável por liderar o Projeto Manhattan durante a Segunda Guerra Mundial. Sua invenção resultou na destruição em Hiroshima e Nagasaki, gerando um debate intenso sobre o impacto das armas nucleares. Oppenheimer, interpretado por Cillian Murphy, é retratado como um homem dividido entre sua genialidade científica e as consequências de suas ações, sendo constantemente pressionado por forças políticas que o utilizam para suas próprias agendas. Matt Damon, no papel do general Leslie Groves, é peça fundamental na construção dessa tensão.
Nolan se destaca na construção do teste Trinity, a primeira explosão nuclear da história, utilizando efeitos práticos e um design de som imersivo que traz realismo à cena. Ao invés de recorrer ao CGI, ele optou por miniaturas detalhadas, criando uma explosão visualmente impactante. A combinação de uma trilha sonora intensa e diálogos sobrepostos transforma o filme em uma experiência sensorial e intelectual, com influências do suspense hitchcockiano.
O cineasta também inverte códigos visuais tradicionais: cenas em preto e branco representam uma visão objetiva da história, enquanto as sequências coloridas exploram a subjetividade de Oppenheimer, destacando seus conflitos internos. Cillian Murphy, com sua interpretação meticulosa, expressa a fragilidade do personagem, que, após a criação da bomba, se vê envolvido em uma ruína pessoal e política. Oppenheimer não é apenas um relato histórico; é uma meditação sobre a responsabilidade e as consequências de decisões que alteram o curso da história.