
A adaptação cinematográfica de Uncharted, estrelada por Tom Holland e Mark Wahlberg, prometia capturar a essência dos icônicos jogos da Naughty Dog, mas o resultado final é uma aventura genérica que carece de identidade própria. Com cenas de ação espetaculares, como a queda livre de Nathan Drake em pleno ar, o filme tenta replicar o dinamismo dos games, mas tropeça em uma narrativa previsível e personagens sem profundidade. Holland, apesar do carisma, entrega um Drake imaturo e com pouca carga dramática, enquanto Wahlberg parece deslocado no papel de Victor “Sully” Sullivan.
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A química entre os protagonistas, essencial para a dinâmica da franquia, se reduz a diálogos genéricos e trocas de desconfiança forçadas. “Não confie em ninguém”, alerta Sully, mas a falta de conexão emocional entre os personagens faz com que essa tensão não seja convincente. A trama gira em torno da busca pelo lendário tesouro de Fernão de Magalhães, mas os desafios são resolvidos de forma excessivamente conveniente, sem a sensação de descoberta e mistério que os jogos proporcionam. Até mesmo o vilão Santiago Moncada (Antonio Banderas) se mostra apagado, com motivações superficiais e um desfecho previsível.
Apesar dos tropeços narrativos, Uncharted impressiona visualmente. As locações exóticas, os enigmas históricos e as sequências de ação coreografadas entregam um espetáculo visual digno de Hollywood. No entanto, momentos como o resgate dos navios piratas por helicópteros, em vez de empolgarem, ressaltam a falta de um tom coerente. O filme tenta equilibrar realismo e exagero, mas não se compromete com nenhum dos estilos, resultando em uma experiência inconsistente.
No final, Uncharted se junta à lista de adaptações de jogos que não capturaram a essência do material original. Embora entretenha por seus visuais e cenas de ação, a falta de profundidade narrativa e o distanciamento do espírito dos games fazem com que o filme seja facilmente esquecível.