Apesar de estar longe da TV desde a sua saída do comando do Sem Censura, em 2016, a jornalista Leda Nagle segue viva na memória de muitos brasileiros. Sua passagem pelo Jornal Hoje nos anos 80 e a sua elogiada desenvoltura no clássico programa de entrevistas da TV Brasil são lembradas até hoje nas ruas e nas redes sociais.
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Comemorando 40 anos de carreira, Leda tem investido cada vez mais em seu canal no Youtube. Por lá, fala de política, economia, saúde e cultura. De acordo com Leda um de seus trunfos foi ter entrevistado o filho do presidente da república, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, o que até hoje não foi realizado por nenhuma emissora de televisão. Para Nagle não foi uma intenção furar a TV, mas sim uma honra entrevistar o político.
Além de ser reconhecida pelas clássicas entrevistas que realizou na TV, desde o final de 2018 Leda é lembrada também como a “avó de Zoe”. Seu filho, Duda Nagle, é companheiro da apresentadora da Record TV Sabrina Sato. Confira!
Sente falta da TV?
Sinto falta da TV. Sinto falta e não sinto. Eu adoraria fazer um programa que tivesse a ver comigo na televisão, mas eu não tive nenhuma proposta interessante. Tem alguns projetos que eu gostaria de fazer, mas não gostaria de voltar por volta por qualquer coisa não. O Youtube está me preenchendo profundamente. Estou muito feliz com esse canal no Youtube. As pessoas respondem com mais vontade. Eu tenho mais liberdade pra pauta, as entrevistas são mais longas. É uma descoberta, uma reinvenção, sobretudo um enorme prazer. Estou fazendo palestras sobre reinvenção baseada na minha história.
Jornal Hoje
Aliás, minha tataravó assistia ao Jornal Hoje com você e dava boa tarde como resposta seguido de um beijo. Minha mãe me contou isso. Ela morreu em 1989. Eu nasci em 1989.
Que barato saber que a sua tataravó me assistia no Hoje (risos). Tenho uma longa carreira mesmo. 40 anos de carreira. Estou muito feliz com isso. Sou muito realizada no meu trabalho. Tenho prazer em fazê-lo, faço com muita dignidade, é uma preocupação e uma intenção minha.
Sem Censura
O que a gente mais lê é que você faz falta no Sem Censura. Certamente, ele marcou a sua vida e a de milhares de pessoas…
O Sem Censura foi uma experiência incrível, maravilhosa. Amei fazer, fiquei chateada ao sair. Recebo mensagens todos os dias. Hoje encontrei um repórter da Band que mandava várias perguntas via fax para o programa, ele era adolescente, e eu lia no ar. Isso me enche de orgulho. O Sem Censura marcou a minha vida, a minha carreira e a de muitas pessoas. O Censura empoderava, prestava serviço para o cidadão para que ele se tornasse um melhor brasileiro.
No Youtube você total liberdade para entrevistas. Como tem sido essa experiência?
O Youtube tem mais liberdade sim. É uma liberdade que parte também do entrevistado, ele se sente mais à vontade. Também me sinto mais à vontade, não sei se é porque eu gravo da minha casa. Estou gostando muito por conta disso. Me lembram muito da minha passagem pelo Jornal Hoje. Isso me deixa muito feliz, orgulhosa.
Como é furar a TV ao entrevistar um dos filhos do presidente?
Não queria furar a TV, queria entrevistar o filho do presidente. E fiquei honrada por ele ter me concedido a entrevista.
Nesse meio tempo em que não está gravando, o que está vendo nos momentos de lazer?
Eu vejo séries por maratonas, não consigo ver episódio por episódio. This Is Us, que mostra o cotidiano de famílias americanas, e Dix Pour Cent, uma série francesa sobre produtores de elenco.
O que há de novidade por aí?
Gravei um curso de como os entrevistados podem se comportar numa entrevista para uma plataforma de streaming. Estou fazendo palestras sobre a minha história. Estou gostando muito disso.