Nesta segunda-feira (13), vai ao ar o último capítulo de As Aventuras de Poliana, novela de Íris Abravanel, no ar desde 2018, na tela do SBT. Entre os personagens que se despedem da novela, que ganhará uma continuação no ano que vem, está Verônica, vivida por Mylla Christie.
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A mãe de Filipa (Bela Fernandes) e Guilherme (Lawrran Couto), que começou a trama como uma madame cheia de “peruísses”, deixou de lado a pose de dondoca e começou a enfrentar a vida longe não só dos confortos oferecidos por Roger (Otávio Martins), mas também das amarras psicológicas do ex-marido.
Para a atriz, que já possui uma carreira de 30 anos na TV, com 10 novelas e várias séries, minisséries e participações em programas, a personagem foi um presente dos autores e diretores do SBT.
“Era um sonho leve que eu tinha estar numa comédia infantil, gosto muito e foi um reviravolta que sempre quis fazer”, disse Mylla em entrevista ao Observatório da TV.
A atriz, que já comandou a extinta atração infantil da TV Manchete, Clube das Crianças, assumiu que aproveitou muitas experiências do programa que foi ao ar nos anos 90, para contracenar com as crianças de Poliana e encarar a forma de lidar com a personagem diante ao público infantil.
“Consegui reviver bons momentos, agora não no cenário de circo, e sim escola, mas eu amei fazer o programa, que tinha como proposta evidenciar as crianças, e agora revivi muita coisa em comum”, evidenciou.
Com inspiração em Malu Mulher, atriz levou Verônica à ação social
Mãe do pequeno Arthur, ela conta que escolheu dedicar alguns anos à criação do filho e por isso ficou quatro anos sem nenhum trabalho, o que mesmo assim não a deixou fora do ar, graças às reprises da TV Globo, da Record TV e do Canal Viva.
Ao voltar para as novelas como Verônica, depois de uma passagem por Carinha de Anjo, Mylla teve que lidar com uma personagem que enfrentou um problema recorrente na sociedade: o relacionamento abusivo, o que lhe rendeu um posicionamento perante seus seguidores nas redes sociais.
“Comecei a falar com mulheres que têm autoestima baixa e não sabem onde recorrer em situações como essa“, disse a atriz, que divulgou, em uma publicação em seu perfil oficial no Instagram, junto a um texto reflexivo, o número de telefone da Casa da Mulher Brasileira, como incentivo a quem pode, assim como Verônica, denunciar o marido.
Para Mylla, mulheres como Verônica demoram para adquirir maturidade suficiente e virar o jogo, encarando a realidade. “É preciso uma posição de amadurecimento que enfrente e abra mão de tudo para virar uma mulher de verdade”, afirmou a atriz, que desde o início da novela já sabia que a personagem teria uma reviravolta.
“Eu só não sabia que seria tão forte como foi“, acrescentou Mylla, que disse ter buscado inspiração em Malu Mulher, personagem histórica de Regina Duarte em série homônima da TV Globo.
Sem Roger, Verônica precisou também amadurecer em relação ao papel de mãe, principalmente para lidar com os surtos de Filipa, o que também levou a atriz a provocar conscientizações na rede social.
Em relação ao último capítulo, Mylla adiantou que a sequência vai garantir cenas lindas e emocionantes e aproveitou para mandar um recado às mulheres que acompanharam a trajetória de Verônica.
“Acho que nós, mulheres, temos que ter voz, então não deixem a situação chegar num relacionamento abusivo. Levem o que aconteceu com a Verônica pra vida, tenham voz, vocês não estão sozinhas neste mundo. Abram o coração com amigos, profissionais, tenham alguém do lado e sejam felizes acima de tudo“, disse.
Personagem abriu caminhos para atriz nas redes sociais
O sucesso e o papel social de Verônica fizeram com que Mylla acabasse ganhando mais espaço nas redes sociais, o que para a atriz aconteceu também graças ao conteúdo liberado pelo SBT.
“Foi muito bacana, além do contrato, ter esse ganho de público. Mudou a minha relação com o seguidor, que já havia chegado até mim pelo nome e carreira que tenho, o que foi, sem dúvidas um, diferencial”, avaliou a também jornalista, que por meio das plataformas aborda, ainda, conteúdo sobre veganismo, meio ambiente e animais.
“Tem me impressionado como muita gente vem dizer que tal publicação mudou a pessoa, que ficou feliz por minha causa, coisas que são muito gratificantes, porque percebo que falo com eles, me comunico, não me sinto em um pedestal”, confessou Mylla, que até hoje é reconhecida pelo público por inesquecíveis papéis que fez na TV Globo.
Lembrada pela médica Eleonora, que se assumiu lésbica em Senhora do Destino, a atriz contou que também é identificada, frequentemente, por Silene, de Engraçadinha, e principalmente Jéssica, sua estreia na Globo, em 1990, em Meu Bem Meu Mal, reprisada já na própria emissora e no Viva.
Segundo a atriz, a filha de José Mayer no folhetim de Cassiano Gabus Mendes é a reação mais natural que surge no telespectador ao vê-la, principalmente, pelo público internacional.
“As pessoas não têm noção do que eu recebo em relação à lembrança da Jéssica. Ela marcou muito! E a Eleonora tem toda essa questão maravilhosa de defender homossexuais em uma época onde era absurdo. Virou heroína!“, comentou Mylla, que afirma ter sido responsável, junto ao autor Aguinaldo Silva, por cumprir um papel social incrível.
Fora de Poliana Moça, Mylla tem projetos para 2021
Fora do elenco de Poliana Moça. Novela que dará sequência à história de As Aventuras de Poliana, a atriz contou que não foi atrás de saber por que sua personagem, agora renovada, não seguiria na trama.
“Só fomos informados de que não tem a ver com interpretação, relacionamento ou profissionalismo, mas sim com o que está na cabeça da equipe de autores sobre os caminhos dos personagens”, explicou Mylla, que comparou uma personagem de novela um boneco.
“Você está ali, mas de repente não está mais. Quem manda na personagem são os autores”, disse a atriz, que, pessoalmente, confessou que adoraria ter continuado como Verônica.
“A Verônica poderia começar a novela separada do Roger, com ou sem os filhos, mas já morando em outro lugar e regressando pra apostar na comunidade em um projeto social, ligado à alimentação, tem tanto assunto pra falar”, palpitou a atriz, que torceria para um retorno da personagem com a bandeira do meio ambiente ou dos animais ou então como uma irmã gêmea.
“Poderia também voltar como uma irmã, algo nessa linha”, sugeriu Mylla, que a partir de setembro poderá ser vista também em dose dupla como as idênticas Branca e Alva na reprise de Malhação 1995 no Viva.
Em relação a novos trabalhos, a atriz gravou, recentemente, uma websérie sobre turismo em Portugal, que aguarda o fim da pandemia do coronavírus para ser levada ao ar junto a um patrocinador.
Enquanto isso, Mylla segue com o foco em suas campanhas de conscientização nas redes sociais ajudando na luta dos animais e do Meio Ambiente e aguarda para acertar sua participação em uma série de TV, fora do SBT, que teria suas gravações previstas para janeiro de 2021.