A apresentadora Maju Coutinho foi premiada neste domingo (15) com o Troféu Domingão na categoria Jornalismo. A conquista, que ocorreu em votação popular, pode ser vista como um reconhecimento do público ao trabalho que ela desenvolve na bancada do Jornal Hoje. Quando assumiu a apresentação do vespertino, a jornalista foi criticada pela imprensa e parte do público.
Veja também:
Houve quem fez uma lista contabilizando os erros dela na apresentação, logo nos primeiros dias de telejornal. A notícia foi polêmica e Maju se sentiu apedrejada. Em entrevista ao Observatório da Televisão, ela falou sobre isso e, também, sobre ser a apresentadora de jornal mais popular do país, derrotando Sandra Annenberg.
Você está emocionadíssima, né?
Muito emocionada, alegre, por enquanto eufórica. Não chegou ainda dar vontade chorar, mas muito eufórica, porque é bom ser reconhecida.
Você era garota do tempo e já era uma promessa, o Brasil já queria que você acontecesse mais, e aconteceu. Como foi para você?
Eu acho que foi muito bom. E essa força do Brasil mesmo, que eu lembro, na época de garota do tempo, muitas pessoas escreviam: “não, mas você tem que ir para uma bancada”. Acho que isso acaba e encorajando também, né? Porque existe a sementinha de você querer. Mas, quando outro te sinaliza que você pode, que ele quer te ver também, isso te impulsiona a seguir. Eu acho que foi muito fundamental também essa troca com o público e esse incentivo do público.
Apoio
Além da torcida do público, teve alguém que te ajudou?
Ah, nossa! Nessa caminhada, tem várias pessoas que ajudam a gente, tem vários colegas. Eu não vou nem citar nomes, aqui, para não ser injusta. Mas colegas, familiares e alguns amigos muito próximos, que são sempre os meus incentivadores, os meus ouvintes, as pessoas com quem eu questiono as coisas que devo fazer, não devo fazer, pondero para seguir em frente. Sempre tem, sozinha ninguém vai.
Quero saber como está sendo para você essa experiência na bancada do Jornal Hoje.
Desafiadora. É um jornal que estou levando sozinha, agora. Era um jornal que era feito em dupla, agora, eu estou sozinha. É um jornal que acontece em um momento em que o país está superturbulento. A gente quase não tem descanso. Uma notícia atrás da outra. Às vezes, você começa a reunião de pauta de um jeito, quando você está indo para o ar, o jornal é outro. Então, imagine a pressão, mas eu adoro essa pressão e eu acho que é necessário. No momento que a gente vive, o jornalismo é fundamental. Sempre foi, mas está sendo mais fundamental ainda.
Premiação
Quando você recebeu ali [o Troféu Domingão] você estava confiante ou achava que não ia?
Não. Eu achava que não ia ganhar, porque a Sandra sempre é uma ganhadora. Então, eu já estava falando: “É da Sandra”. E já estava tranquila. Assim cara, se eu ganhar, lindo, maravilhoso, vou comemorar. Se eu não ganhar, vou curtir porque é aquilo… Porque, até a Sandra falou, a gente já foi indicada por nossos colegas, isso já é uma vitória. Você ser indicada em um bando de jornalistas que tem na da Globo, a gente ser indicada, já é uma demonstração de muito carinho. Então, eu já estava nesse lucro aí. Mas claro que fiquei muito feliz em ganhar.
E essa roupa, esse look?
Então, esse look foi uma coincidência, mas uma feliz coincidência que eu fiquei feliz de colocar porque a menininha, a Maria Alice, não falou do meu vestido amarelo? Eu pus assim para ela, esse look.
Críticas
Maju, você falou em relação às fake news e tudo mais. Você entrou no programa e muita gente criticou e você falou que ninguém chuta cachorro morto. É um troféu da verdade esse?
É, eu acho assim… a questão da crítica que eu recebi, não sou imune à crítica, não acho que sou perfeita, acho que a gente sempre tem o que melhorar. Só acho que era um pouco injusta porque você entrou em uma coisa há uma semana e alguém já te joga pedra é meio estranho.
Fizeram uma listagem, né?
Eu nunca tinha visto isso antes. Tudo bem. Eu acho que eu já estava meio que blindada, sabendo o que poderia vir. Eu acho que isso me ajudou. E, claro, não é legal? Não é. Mas acho que a gente tem que seguir em frente. E como você bem lembrou que eu falei, ninguém chuta cachorro morto. Se eu não tivesse relevância, ninguém iria me atacar.
O seu figurino, você usa no dia a dia no trabalho?
Olha, o figurino é o seguinte. A gente tem uma equipe superporreta de figurinistas da TV Globo, que descobriram muito bem o meu estilo, captaram muito bem o meu estilo e acho que é por isso que dá certo… porque algumas coisas que elas trazem para mim eu até compro, às vezes, quando está em desconto, porque eu acho que é muito o que cabe bem em mim. Então, eu acho que é isso que deu certo, porque elas descobriram o que eu gosto e a gente acaba fazendo isso. Eu gosto muito de cores, eu gosto muito de vestidos, eu gosto muito de macacões, então, acabou que a parceria ficou muito legal e as pessoas gostam, na maioria das vezes das roupas que eu uso. E eu gosto muito também.
E o vídeo daquela menina?
Nossa, então, por isso que eu pus o amarelo.
Mexeu muito com todo o Brasil, né?
Nossa, aquilo lá, mexeu… acho que representa. Aquela menininha me arrepia, me arrepia.
Você disse aí de desconto, você é de pesquisar assim?
Eu sou, eu sou pão-duro. Não gasto, confesso mesmo. Eu sou assim… eu compro muito o necessário primeiro. E, quando me falam de desconto, eu estou indo atrás. Não gosto de gastar, não.
Ano de 2019
Queria saber o balanço que você faz desse ano, que foi um ano difícil. Não para você, mas para todo mundo, grandes perdas, parece que foi uma quaresma que não acabou até agora.
Eu acho que o balanço que eu faço, eu acho que eu vi num meme, que foi assim: “2019, ano dirigido por Quentin Tarantino”. Eu acho que é isso. Foi um ano pesado. Eu tive um ano muito legal profissionalmente, com várias conquistas. Mas a gente teve um ano muito pesado em política, em tragédias, foi um ano difícil 2019. Com o Gugu, um grande comunicador. A gente perdeu Gugu, a gente teve Brumadinho, no começo do ano, a gente teve Ninho do Urubu, então, a gente teve muita desgraceira, foi um ano bem pesado. E a gente que lida todo dia com isso, é uma coisa que você tem sempre que respirar, se recomeçar para você não ficar…
Você trabalha com yoga, essas coisas?
Faço, meditação, yoga. Se não, não dá.
Todo ano, você tem alguma simpatia, alguma coisa para fazer?
Ah, eu faço uma listinha com os meus objetivos para o ano seguinte, que eu acho que é bom você pôr no papel, depois eu chego. Geralmente, dá muito certo. Alguns batem muito. E procuro agradecer muito, sabe? A gente agradece e, também, tento conectar com o positivo, apesar do negativo, às vezes, parece muito forte, eu ainda acredito que o positivo é maior.
*Entrevista concedida ao jornalista André Romano