Fausto Silva comandou pela 22ª vez a entrega do Troféu Domingão – Melhores do Ano, que elegeu as principais figuras da teledramaturgia, música e jornalismo do país. O apresentador falou ao Observatório da Televisão sobre a importância do Domingão do Faustão como opção de entretenimento para toda a família, e sobre o futuro de seus principais quadros como o Show dos Famosos, Dança dos Famosos e Ding Dong:
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2017 foi um ano de renovação para o ‘Domingão’, né?
Eu acho que quem está resistindo, e consegue achar motivo, tem que parar para comemorar. Com toda a carga de notícia ruim do Brasil, e esse negócio de crise. Não adianta só ser feliz, você tem que espalhar sua felicidade para todo mundo e tentar diminuir a infelicidade da maioria, por isso tentamos fazer um programa para a família, bem variado, sem escorregadas, fazendo um programa de shows mesmo. Falamos aqui que o programa é tipo supermercado: temos que falar com as crianças, adolescentes, adultos, e pessoas de mais idade. O objetivo dessa festa chamada Melhores do Ano, além de premiar o talento, e fazer com que o público tenha chance de escolher, é a confraternização. Tivemos boas falas e bons discursos, sobre a questão racial, sobre a questão da hipocrisia, do preconceito, da ignorância, e tudo isso mostra que existe gente com juízo, equilíbrio e que pode ajudar a melhorar o Brasil.
2017 foi um ano muito bom para o entretenimento. Vimos o ‘Domingão’ se reinventar, o Ding Dong se tornar um grande sucesso, e a Gloria Perez fazer o público ter prazer em assistir à uma novela novamente…
Curioso isso, porque justamente no ano que todo mundo está de baixo astral, todo mundo com muita notícia ruim, vem uma ficção, mesmo que seja da Gloria Perez, que geralmente coloca o dedo nas feridas da sociedade, que fala da verdade, e o ‘Domingão’, foi por esse caminho há uns 2 anos, e tem dado grandes resultados. Quem está em casa precisa de uma válvula de escape. A gente fala do posicionamento político, alerta para as pessoas não serem ingênuas na hora de votar e ao mesmo tempo falamos de alegria, dança, humor, porque não dá pra ficar só de um lado.
Você vai manter todos os quadros do programa em 2018?
O ‘Domingão’ é que nem supermercado como eu disse, temos que mexer na prateleira toda hora. Não tenho como mudar tudo, nem fazer a mesma coisa sempre. A ‘Dança dos Famosos’, e o ‘Shows dos Famosos’, são quadros de muito sucesso e vamos melhorar o que já está sendo feito.
No livro Biografia Da Televisão Brasileira, você disse que sempre se cobra muito para dar o melhor de si no programa…
Você conhece aqui desde o começo, então, o importante é a gente ter satisfação permanente e renovação constante. Nunca achar que chegou ao máximo. Não pode ser uma neura, mas temos que sempre pensar o que podemos melhorar. Se cada um fizesse isso consigo mesmo, no final do ano seriam melhores humanos. Quem tem saúde e felicidade tem obrigação de passar isso para o resto, e não é questão de ser bonzinho, é questão de ser inteligente. Quanto mais felicidade você puder proporcionar, quando mais saúde e amizade, é melhor para todo mundo.
Você vai viajar no ano que vem?
Viajo só agora no final do ano para distrair as crianças, uma de 9, outra de 13. É isso.
Vai ter mais investimentos no ‘Ding Dong’ em 2018?
O Ding Dong tem balé exclusivo em todo número musical, e terá uma roupagem nova, até porque o quadro merece, afinal tem muita gente ainda para cantar, e muita gente para voltar. Temos todos os estilos, e é legal por isso.
Quais são suas maiores inspirações? Na Biografia da Televisão, você fala sobre o Paulo Autran de forma muito emocionada…
O Paulo Autran ia muito no meu programa de rádio, depois no ‘Perdidos na Noite’, e depois aqui na Globo, mas eu tinha muita amizade com ele. Ele, Lima Duarte, Mario Lago, e outras figuras do tempo que fui repórter esportivo e tive a honra de conviver, assim como Rubem Fonseca, Armando Nogueira, Oto Lara Rezende, muita gente de um nível extraordinário, e isso inspira você, um tipo de gente que não é comum ver nesse meio, e gente que me ajudou muito.
Conversei com a Fafá de Belém há alguns meses, e ela disse que era muito grata a você. Contou que uma vez no seu programa há muitos anos, só ela apareceu para participar, e ficou muito marcada. Isso é muito marcante para você também?
Claro, é minha história. Na hora que você começa, você percebe quem foi importante na sua vida, por isso você não pode fugir das origens e da sua história. Todo mundo que foge da história, fica mal com o presente e pior com o futuro.
O que você espera para 2018?
Eu não aguento cantar mais ‘Hoje é um novo dia’, porque esse novo dia nunca chega, esse ano nem vim gravar a vinheta. Ou esse novo dia chega, porque depende nós votarmos direito, nos informarmos, para fazer do país melhor, mas cada um tem que melhorar sua parte. A partir do momento que você acha legal furar fila, você só está dando exemplo para os políticos fazerem o mesmo. Quem faz lá em cima, aprendeu aqui embaixo. Tenho esperança que podemos mudar isso.
*Entrevista feita pelo jornalista André Romano.