No ar como o protagonista Joaquim de Novo Mundo, Chay Suede foi entrevistado pelo Observatório da Televisão e revelou como está sendo a experiência de fazer parte da trama das 18h, a recepção do público, se pensa em voltar a investir na carreira musical e os futuros projetos após o fim da produção.
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Como foi pra você conhecer a cultura indígena e conviver com os índios para a produção?
Foi muito bacana fazer um trabalho que envolvesse esse assunto, apesar de envolver de uma maneira mais superficial que o horário e o produto, pelo fato de ser uma novela, acaba impondo, querendo ou não leva algumas informações que o público ainda não tinha sobre esse assunto, o público em geral não tem nenhuma informação sobre esse assunto, como todos nós, a gente sabe muito menos sobre os índios do que deveríamos saber, mas de qualquer maneira eu acho importantíssimo ter um trabalho no horário das 18h na TV aberta que traz esse assunto à tona com carinho, com uma visão amorosa.
Como está a repercussão nas ruas e nas redes sociais?
Nas ruas o meu nome agora é Joaquim, é impressionante. Eu já tinha feito outros personagens que tiveram algum apelo, mas nunca o meu nome virou o do personagem como agora. E todo mundo me conhece como Joaquim e eles têm um carinho imenso pelo personagem. É um personagem muito amoroso, ele tá sempre disposto a espalhar amor, a ajudar alguém, muito prestativo, pró-ativo com todo mundo, e isso acabou cativando de alguma maneira as pessoas que sentem como se o Joaquim fosse alguém da família. Muito legal.
Você percebe a torcida do público mais para que o personagem fique com a Ana (Isabelle Drummond) ou com Elvira (Ingrid Guimarães)?
Acho que a maioria torce pelo casal Ana e Joaquim, mas há pessoas que torcem também pelo Joaquim e Elvira. É uma coisa mais improvável, mas rola.
Você acredita que existam amores como o de Ana e Joaquim, que mesmo após muito tempo separados, continua latente?
Acho que não existe, é uma coisa pra novela, tem a ver com o melodrama, com esse formato. Na vida, o amor pode se manifestar de maneiras até mais intensas, mas desse jeito que é retratado, acho muito novelesco, acho o amor muito mais profundo do que passa numa novela, ao mesmo tempo não precisa ser tão romântico, pode ser mais real até.
Mesmo sabendo que o Quinzinho não é filho dele, ele quer continuar como pai do menino.
Eles conviveram muito e desde o início a relação dos dois foi muito pai e filho. Eu acho que a questão de não ser um filho de sangue não vai fazer muita diferença.
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As crianças quando te abordam, veem você como um herói?
Algumas. Eu infelizmente desde que comecei a fazer a novela, eu não vi muitas crianças, mas as que eu vi me olham como se estivessem vendo algum personagem da Disney. O que eu achei mais legal do Joaquim, é que ele é um personagem que conquistou as pessoas num lugar íntimo, familiar, e isso é muito legal. Todos se sentem um pouco ele em algum lugar.
Muitas características suas foram parar no personagem na hora da composição?
Não sei dizer o quanto, mas eu tento sempre emprestar tudo que eu tenho que presta para o personagem. E tem coisas que eu tenho que não prestam para o personagem ou às vezes coisas que o personagem tem que eu não tenho e preciso descobrir o que é, mas o que eu consigo emprestar pra ele, é claro que eu sempre vou emprestar.
Como funciona com as cenas de ação?
Eu gosto de fazer as ações físicas em geral, na minha opinião faz toda a diferença. Quando você tem um corte para um dublê, é um outro corpo que de uma maneira ou outra se comporta de uma maneira diferente da sua. Há momentos que é impossível não usar um dublê, porque ele sabe fazer coisas que a gente não sabe, foram treinados pra isso, mas enquanto é possível fazer, eu gosto.
Você gosta de se ver em cena? Se cobra muito?
Eu me cobro muito e não sei se gosto de me ver em cena. Eu acho que é importante se assistir por questões profissionais, não tem a ver com se entreter com o que você está fazendo, e eu jamais conseguiria me entreter com algo que eu esteja fazendo, eu me entretenho muito com Novo Mundo com a cena dos outros. Na minha mesmo eu acho que rola um auto boicote, eu acho que com quase todos os atores que eu conheço. Nenhum ator tem uma visão imparcial sobre si mesmo, é sempre uma visão normalmente depreciativa, o que por um lado pode ser algum motor para uma evolução constante, mas também pode ser só ansiedade. Eu não sei e também não estou pronto para resolver esse problema.
Tem alguma coisa da caracterização do personagem que você passou a utilizar ou algo seu que foi pra ele?
Não, a Marie [Salles], nossa figurinista, é genial. Acho que nenhuma ideia que eu tivesse estaria páreo as ideias que ela trouxe. Ela veio com a coisa tão bem desenvolvida e ao mesmo tempo tão aberta para o que a gente tinha para construir juntos. É um personagem feito em parceria mesmo, eu não trouxe nada, nenhum objeto meu, e nem pensei em trazer, porque quando ela apresentou as coisas, o personagem estava ali, não precisava do meu pitaco.
Você não pensa em voltar a cantar?
Eu nunca paro, mas eu não levo a minha carreira musical de uma maneira tão obrigatória a ponto de ter que lançar algo de tempos em tempos, é mais quando realmente acontece de juntar algumas pessoas e gravar no lugar e rola, mas não é uma coisa que eu me preocupo que tem que ser lançado, que tem que acontecer. Eu gravei ano passado, em janeiro, o disco do Aymoréco em Los Angeles, e em setembro do ano retrasado eu tinha gravado o EP. E eu pretendo gravar mais [do projeto] Aymoréco esse ano ainda, não sei como nem quando, mas mais pro fim do ano.
Existe essa cobrança?
Pode ser que tenha, mas eu acabo não sentindo. As cobranças que eu sinto são as auto cobranças normalmente. Cobranças de terceiros para me afetar, se for meu pai, minha mãe, pessoas que eu respeito muito a opinião, me afetam, mas em geral, cobranças de terceiros não me afetam. A cobrança dos outros me movem menos do que as cobranças de pessoas com quem eu tenho contato diário.
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Já possui projetos após o fim da trama?
Um montão de coisas, mas principalmente viajar. Quando acabar eu vou viajar, e aí depois eu volto e começo a fazer outras coisas.
*Entrevista realizada pelo jornalista André Romano