crítica

Totalmente Demais: novela é boa, mas semelhança com Bom Sucesso incomoda

As duas novelas são assinadas por Paulo Halm e Rosane Svartman

Publicado em 30/03/2020

A escolha de Totalmente Demais para cobrir a vaga deixada por Salve-se Quem Puder durante a pandemia de coronavírus é compreensível. Afinal, a novela alcançou excelente audiência em sua primeira exibição, entre 2015 e 2016. Além disso, ela é assinada por Paulo Halm e Rosane Svartman, dupla que também assinou o sucesso mais recente do horário das sete da Globo, Bom Sucesso. Ou seja, o retorno da saga de Eliza (Marina Ruy Barbosa) deve garantir o interesse do público enquanto a história de Daniel Ortiz não volta.

No entanto, a emissora assume um risco ao exibir Totalmente Demais neste momento em que Bom Sucesso ainda está fresca na memória do público. Isso porque as duas tramas guardam muitas semelhanças. Apesar de Bom Sucesso contar com uma heroína mais madura, Paloma (Grazi Massafera), há muitos pontos em comum entre ela e Eliza. As suas são moças humildes, que têm suas vidas modificadas quando se encontram com um homem mais velho, e que as servem como mentores. A partir daí, elas vão se tornando bem-sucedidas profissionais da moda.

Eliza e Paloma também se veem como vértices de um triângulo amoroso. A primeira se apaixona por Jonatas (Felipe Simas), mas também se envolve com Arthur (Fabio Assunção). Já a segunda se dividiu entre Ramon (David Junior) e Marcos (Rômulo Estrela). Além disso, as duas tramas apostam em conflitos humanos, com personagens mais tridimensionais, salvo um ou outro vilão.

Vilões “mortos-vivos”

Totalmente Demais e Bom Sucesso ainda guardam uma semelhança meio bizarra. Nas duas novelas, há um vilão que surge na reta final, vindo diretamente do “mundo dos mortos”. Na saga de Paloma, esta pessoa é Elias (Marcelo Faria), ex-marido da mocinha que ela acreditava estar morto. Ele volta para infernizar a vida da heroína.

Já em Totalmente Demais, a vilã é Sofia (Priscila Steinman). Sua morte desencadeia os principais conflitos entre as personagens de Vivianne Pasmanter (Lili) e Humberto Martins (Germano), seus pais. Mas ela não morreu, e reaparece para se vingar (?).

Claro, isso não tira o brilho de Totalmente Demais. É uma boa novela, leve e divertida, e que vem bem a calhar nestes tempos difíceis que estamos vivendo. Mas não deixa de ser curioso revê-la neste momento, com poucos meses do fim de Bom Sucesso.

*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de seu autor e podem ou não refletir a opinião deste veículo. 

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