Não há dúvidas da importância e relevância da televisão no Brasil. Os principais canais de TV nacionais concentram grandes nomes da arte e da cultura do país e, por isso mesmo, a televisão tem seus motivos pelos quais merece ser consagrada e reverenciada. Prêmios que destaquem profissionais e artistas da telinha, portanto, são sempre bem-vindos. Mais do que isso: necessários.
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Neste contexto, a televisão premiar a si mesma é uma maneira de o próprio veículo valorizar seus profissionais. O SBT promove há anos o Troféu Imprensa que, entre altos e baixos, já premiou e valorizou muitos nomes do canal, e também de outras emissoras. E a Globo, desde 1995, promove o Troféu Domingão Melhores do Ano, que premia seus artistas numa celebração realizada pelo Domingão do Faustão.
Há quem reclame deste prêmio pelo fato de ele só premiar artistas da Globo. Particularmente, não vejo isso como um problema. É legítimo que um canal crie um prêmio interno, voltado para seus profissionais. Claro, seria mais simpático se a emissora assumisse isso e avisasse que o Troféu Domingão é para os “melhores da Globo”, e não os “melhores do ano”. Mesmo assim, é uma iniciativa válida e interessante.
O que realmente vem se tornando um problema nos prêmios de TV promovidos pela própria TV é o fato de os escolhidos serem eleitos por votação popular. Há alguns anos, o Troféu Imprensa vem colocando como três finalistas para serem escolhidos pelo júri formado por profissionais da imprensa os artistas mais votados numa enquete pela internet. Ou seja, entre as opções, não estão os três melhores em suas categorias, e sim aqueles que têm mais fãs. Deste modo, a premiação vem valorizando fã-clubes, e não talento. A mesma coisa está acontecendo com o Troféu de Faustão.
No passado, o Troféu Domingão era entregue àqueles que eram eleitos pelos funcionários das emissoras e afiliadas da Globo. Mas, de uns anos para cá, os funcionários elegem três nomes, e estes vão para votação popular. E é na votação popular que o prêmio acaba sendo destinado aos artistas com grande poder de mobilização. E isso gera distorções. Ontem (10), por exemplo, Paolla Oliveira foi eleita a Melhor Atriz pela Jeiza em A Força do Querer. Paolla realmente foi bem na novela, sem dúvidas, mas definitivamente não foi a melhor atriz do ano. Igualmente bem foi Marco Pigossi, o Zeca da mesma novela. Foi bem, sem dúvidas, mas não a ponto de ser considerado o ator do ano.
Ou seja, é bom que Globo e SBT promovam seus prêmios. Mas faz falta um prêmio de TV que tenha como principal critério a qualidade artística dos trabalhos premiados.
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