Nesta semana, aconteceu a tão esperada mudança de fase de O Outro Lado do Paraíso. Finalmente, as histórias da trama de Walcyr Carrasco pararam de andar em círculos para avançar, fazendo o espectador recuperar o interesse pela novela. A trama ainda não disse a que veio, é verdade, mas ao menos perdeu a sensação de enrolação que impregnava seus capítulos.
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A antecipação de passagem de tempo fez bem à O Outro Lado do Paraíso. Clara (Bianca Bin), que foi feita de boba capítulo após capítulo, até ser internada pela sogra Sophia (Marieta Severo) numa clínica psiquiátrica, finalmente parece ter acordado e deixado seus dias de ingênua para trás. Como nada é fácil na vida dela, Clara foi jogada da clínica num caixão em alto-mar, indo parar numa vila de pescadores onde está Elizabeth/Duda (Gloria Pires). O encontro das duas personagens centrais de O Outro Lado do Paraíso é sempre poderoso.
Duda, aliás, também ganhou com esta mudança de fase. A personagem segue apagada, mas ao menos se livrou da carga depressiva que carregou nos primeiros capítulos. Já habituada à nova vida, Duda aparece agora mais segura e, também, disposta a fazer alguma coisa. Por isso mesmo, o encontro entre ela e Clara foi tão cheio de alta voltagem. São as duas personagens principais da história se reencontrando, anos depois do primeiro e casual encontro, ambas prontas para suas respectivas viradas.
Claro que nem tudo são flores. Afinal, muitos personagens esperaram passar dez anos para tomarem seus rumos. Faz sentido Sophia expulsar Estela (Juliana Caldas) de casa “apenas” dez anos depois de ela ter retornado da Europa? E Renato (Rafael Cardoso), esperou dez anos para finalmente se dar conta de que Clara estava internada? E Duda, por que esperou dez anos para retomar o contato com Natanael (Juca de Oliveira)?
Coisas de novela. O fato é que O Outro Lado do Paraíso, finalmente, dá sinais de que vai caminhar. Que não seja apenas um voo de galinha e a trama realmente decole. Por enquanto, ainda estamos com saudades de A Força do Querer.
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