A sensação é estar a bordo de uma aeronave sobrevoando de perto os cantos mais deslumbrantes da paisagem nacional, com um narrador explicando cada detalhe do que você vê.
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No ar desde 2014 no canal Mais na Tela (antigo Mais Globosat), da televisão por assinatura (às 3h30, 11h30, 19h30 e 21h30), o Brasil Visto de Cima está agora com os 135 episódios de cinco temporadas em exibição também na TV gratuita, pelo canal TV Brasil (0h30, 15h e 20h). É a chance, para quem nunca viu pela TV paga, de poder assistir agora, de madrugada, de tarde ou à noite, na televisão aberta.
O programa é um deleite visual, a chance que temos de observar cidades grandes ou pequenas e a natureza sob o único ângulo possível para a contemplação plena. As descrições não são maçantes, e o texto corre com informações geográficas necessárias mas sem excesso de palavreado inútil.
Nestes tempos em que todos sofremos com restrições de distanciamento e liberdade diante da pandemia, dar uma fuga pelo alto pelo País parece uma ótima ideia. Principalmente quando os canais dão várias opções de horário de exibição de um mesmo episódio ao longo do dia.
De cima, observamos o nosso território de uma forma que nos faz mais compreensível tanto a organização do espaço urbano quanto o meio rural e a paisagem da natureza.
Fernando de Noronha (PE), João Pessoa (PB), Alto Amazonas (AM), Torres (RS), Rio de Janeiro (RJ) e Lençóis Maranhenses (MA) são apenas alguns dos lugares para serem visitados sob ângulos desconcertantes.
É possível identificar as temporadas pela locução dos episódios. Na primeira, com 13 episódios, a locução é do ator Felipe Camargo, com roteiros e direção de Décio Lopes, sócio da produtora do programa, a Maria TV.
A segunda temporada, de 2015, tem mais 26 episódios, e é marcada pela chegada do diretor André Baseggio. Estes programas já ganharam uma repaginada no visual em relação à temporada 1. “A ideia era aumentar o conteúdo e explorar melhor os locais visitados”, explica Baseggio. Ao longo da temporada, o roteiro passou para as mãos do Mariano Baptista, jornalista com passagens pela RBS, Globo e Globo Esporte.
A cada ano e a cada renovação, mais novos episódios. Em 2016, foram mais 35 deles, com a locução do ator Caio Blat e roteiros de Fábio Silva, doutor em Letras pela Unicamp – esta foi a equipe que permaneceu até a última temporada.
É curioso a cada episódio imaginar a tecnologia por trás da sua captação. Além do uso de helicópteros, drones, há também toda a logística envolvida para uma filmagem dessas, planejamento, deslocamentos; além é claro de ter de esperar um dia lindo para poder filmar. Pensar nisso enquanto se assiste é um estímulo a mais para quem valoriza o conforto do sofá.
“Já ficamos, por exemplo, mais de uma semana parados em Santa Catarina esperando condições de voo. Em outra situação, a equipe teve que esperar por vários dias até chegar ao aeroporto da cidade o combustível para abastecer o helicóptero”, conta o diretor André Baseggio.
Mesmo para quem já teve a sorte de conhecer algumas das mais de 370 cidades visitadas nas cinco regiões do País, vale a pena revisitar com esta visão privilegiada.
*As informações e opiniões expressas nessa crítica são de total responsabilidade de sua autora e podem ou não refletir a opinião deste veículo.