Chegando ao seu capítulo de número 100, dificilmente Belaventura, exibida no horário das 19h45 na RecordTV, vai pegar. A trama de Gustavo Reiz acumula, até o momento, audiência de apenas 6,1 pontos de média.
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Com os mesmos 89 capítulos exibidos de Belaventura, A Escrava Isaura, sua antecessora, marcava 10,2 pontos. Escrava Mãe, outra trama de Gustavo Reiz e que inaugurou o horário, deu 11,1 de média.
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É uma queda de 40,2% e 45,0% respectivamente em relação as antecessoras. É muita coisa. É perder quase metade dos telespectadores que estavam no horário. E uma pena para Belaventura.
Bem sacada e com roteiro divertido, o folhetim tem bons elementos e boas tramas. A fotografia e figurino também chamam a atenção ao telespectador que dá uma chance para a novela.
Um exemplo de criatividade e que prova que a novela é bem feita foi a cena com um dragão, exibida há duas semanas, e que chamou muito a atenção pela qualidade de efeitos. Realmente ficou divertida e realista.
Mas o baixo Ibope não é exatamente injusto, porque o ponto fraco é justamente o elenco. Quem atua bem, vai muito bem mesmo, casos de Helena Fernandes, Eri Johnson, Bárbara Borges e Camila Rodrigues.
Porém, os desempenhos ruins são realmente sofríveis, e o problema maior é que os atores que estão péssimos, estão escalados em papéis chaves para a novela. O caso mais notório, claro, é dos protagonistas Rayanne Moraes e Bernardo Velasco.
Não existe problema algum em ter novatos como protagonistas, longe disso. Pra citar casos recentes de atores que se deram bem nesse sentido, podemos falar de Camila Queiroz, que foi muito bem em Verdades Secretas, da Globo, e que nunca tinha atuado em TV antes.
Pra usar um exemplo da própria RecordTV, lembro de Vidas Opostas, de 2006/2007. Mayte Piragibe e Léo Rosa, na época, só haviam feitos papéis bem pequenos, mas seguraram muito bem a onda no folhetim de Marcílio Moraes – tanto que ganharam contratos longos com o canal devido ao sucesso.
Não é o caso de Rayanne e Bernardo. Os dois não vão bem na grande maioria das cenas, praticamente declamando o texto decorado, esquecendo da atuação propriamente dita. O caso de Bernardo é mais grave, porque beira ao desespero. A inexpressividade dele assusta.
Belaventura também foi prejudicada pelos fatores Os Dez Mandamentos – numa reprise que Deus e toda a torcida do Flamengo sabia que daria errado – e Simba – que hoje, não é mais desculpa. Infelizmente, a novela merecia um índice melhor. 6 pontos é pouco pelas suas boas ideias.
Porém, os seus defeitos, principalmente do casal protagonista fraco e do elenco irregular, afastam o telespectador. Quem sabe, numa reprise futura, Belaventura seja mais vista do que agora e mais reconhecida.