
Família é Tudo se despediu da telinha da Globo nesta sexta-feira (27) mas deixou o público insatisfeito com seu desfecho. Isso porque a trama cometeu vários erros imperdoáveis que comprometeram o encerramento da história, principalmente ao não concluir situações que perduraram por mais de um terço do enredo.
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Confira agora 7 erros irreparáveis do final da novela das sete, que não deixou um gostinho de quero mais e sim a sensação de que acompanhá-la foi um verdadeiro desperdício de tempo.
1) Tom nunca conversou com Vênus sobre mal entendido
A armação que separou Vênus (Nathalia Dill) e Tom (Renato Goes) no passado não foi esclarecida entre o casal.
Nos últimos capítulos, o mocinho descobriu que sua mãe Brenda (Alexandra Richter) foi a grande responsável por destruir seu romance com Vênus. A maldade da matriarca foi responsável por dar o pontapé na história do casal e fez Vênus se tornar uma mulher insegura.

Além disso, o ex-skatista sempre negou que houvesse traído a amada, mas nunca conseguiu provar que estava falando a verdade. No entanto, ao ter conhecimento de tudo, Tom jamais tocou no assunto com Vênus e a grande armação que separou os noivos ficou por isso mesmo. Ele nem teve uma reação ao saber que foi a própria mãe quem arruinou sua história de amor com a irmã Mancini.
2) Furtado não soube de Catarina
Uma das grandes decepções para o público foi a trama envolvendo o romance de Furtado (Claudio Torres) e Catarina (Arlete Salles). Na última semana, o pai de Mila (Ana Hikari) pensou estar sendo traído pela namorada e colocou um fim na relação com a gêmea de Frida (Arlete Salles).
A megera, que se tornou uma pessoa melhor ao se apaixonar pelo ajudante de cozinha, não conseguiu explicar que era Frida quem estava se passando por ela e, portanto, não houve traição.

O casal que conquistou os telespectadores nos capítulos finais acabou “esquecido no churrasco” quando Hans jogou a mãe no mar pensando ser a tia Frida. Ao retornar para a novela e revelar toda a verdade, Catarina não procurou Furtado para esclarecer tudo e ter um final feliz ao lado do dono da pensão.
O autor Daniel Ortiz garante ter escrito um desfecho para os pombinhos, mas que por alguma decisão da direção, não chegou a ser exibido no último capítulo.
3) A titia sumiu: Catarina foi excluída
Pois é. Se seu Furtado ainda apareceu no casamento de Vênus e Tom, Catarina não teve nenhum segundo de tela no episódio final da novela. Uma das personagens mais importantes da trama e grande responsável por movimentar a história nas últimas semanas, a mãe de Hans foi deixada de lado.
A última aparição da dondoca se deu no penúltimo capítulo, quando a própria ajudou a desmascarar o filho publicamente. Assim que Hans foi preso, Frida e os netos foram para o casarão conversar e ninguém sabe qual foi o destino da outra gêmea.
Ela simplesmente não teve mais nenhuma cena. Portanto, não pediu perdão à irmã, não se reconciliou com os sobrinhos e nem se explicou ao seu grande amor. Ficou sem conclusão e ninguém mencionou seu nome.
Deprimente, já que a personagem era de extrema relevância para a narrativa.

4) A verdade sobre Ernesto
Outra ponta que ficou solta no final de Família é Tudo foi a trama de Ernesto (João Baldasserini). Empresário contratado por Hans (Raphael Logam) para alavancar a carreira de Andrômeda (Ramille) e fazê-la desistir da missão, Ernesto nunca teve sua função exposta.
Na penúltima semana, o galã chegou a ameaçar Hans, dizendo que revelaria a verdade, mas tudo não passou de um blefe. Apesar da trama ter desenhado um Ernesto gente fina que desistiu de obedecer os planos do vilão por se interessar pela jovem cantora, a descoberta da artimanha poderia render bons entrechos para o folhetim.
Contudo, vale ressaltar que, no penúltimo capítulo, quando Hans foi desmascarado, Andrômeda simplesmente soltou: “você contratou um empresário pra alavancar minha carreira e me fazer esquecer a missão”. Como ela sabia se ninguém contou e nenhuma cena com o diálogo revelador foi ao ar? O autor ao menos escreveu e a direção cortou? O público ficou sem entender.

5) Leda e Ubaiara no último capítulo?
Um dos maiores erros do último capítulo foi o tempo de tela dedicado ao casal Leda (Grace Gianoukas) e Ubaiara (Marcelo Médici). Eles até tiveram momentos engraçados no decorrer da trama, mas daí a terem o primeiro bloco do último episódio dedicado à resolução do conflito amoroso da dupla foi demais.
Contudo, se não fosse assim, com tempo de arte para o que não tem relevância e sem desenvolvimento de cenas para o que realmente interessa, não seria uma novela de Daniel Ortiz.
6) E os vilões?
Há muita reclamação nas redes sociais sobre o fim dos vilões. Gina (Lívia Rossy), por exemplo, foi outra que desapareceu no penúltimo capítulo. Em sua última cena, a cúmplice de Hans surgiu rendida por Mila, que lhe prendia no chão e puxava seu cabelo enquanto o vilão tinha suas maldades expostas. E dali não teve mais nenhuma sequência. Foi presa? Em que momento Mila a soltou?
Jéssica (Rafa Kalimann) e Brenda (Alexandra Richter) foram as únicas malvadas a aparecerem no final, e isso aconteceu porque as duas foram parar na mesma cela. Mas a audiência reclama que gostaria de ver Hans sofrendo na prisão tal qual a falsa amiga de Electra (Juliana Paiva).

7) Mais gente sumida
Outros personagens que evaporaram sem mais nem menos foram Elisa (Thaila Ayala) e Max (Caio Vegatti), ela vilã da trama de Júpiter (Thiago Martins) e ele antagonista de Plutão (Isaque Lopes) – este, por sua vez, protagonista que não teve nenhuma fala no último capítulo.
Que coisa!
Ao não exibir nenhuma cena com os acontecimentos mencionados acima, Família é Tudo quebrou um contrato importante com a audiência. Quem acompanha um folhetim espera ver o novelo ser desenrolado e não foi isso que aconteceu na trama de Ortiz.
Enquanto o autor passou a maior parte da história enchendo linguiça e perdendo tempo com situações desnecessárias que mais pareciam esquetes de humor do extinto programa Zorra Total, o desenvolvimento ficou de lado e não houve tempo para mostrar ao público as soluções dos conflitos que mais importavam e que foram o motriz da obra.
Assim, Daniel Ortiz quebrou a confiança do público, pois sua novela não concluiu o que apresentou. Ficou solta, como se a história que ele contava não tivesse importância alguma para quem assistia.
Mesmo que o novelista tenha escrito algumas sequências que não foram ao ar, como o próprio afirma, ter concluído ou desenvolvido alguns plots com antecedência e não deixar um “quem vai ficar com quem” desnecessário para o último capítulo teria dado espaço para o encerramento do que realmente era preciso.
Uma trama como a de Leda e Ubaiara tomar todo o primeiro bloco do episódio final soou desrespeitoso. Era o fim, ninguém queria saber desse casal naquele momento, os dois deveriam ter se resolvido antes.
Além disso, o desfecho de Lupita mais irritou do que instigou. No último capítulo, a indecisão da guatemalteca tomou nada menos que 13 minutos de arte. Quanta coisa poderia ter acontecido nesse tempo.
Enfim, Família é Tudo foi uma sucessão de erros. De concepção, de planejamento e principalmente de desenvolvimento. Bons entrechos jogados no lixo, e os que começavam a ganhar espaço na telinha logo eram mal explorados e engolidos por um amontoado de cenas sem contribuição narrativa.
Havia uma boa premissa e boas ideias, mas a péssima execução da equipe, tanto do autor quanto da direção, só resultou em uma única conclusão: desperdício. A novela foi um tremendo desperdício: de histórias interessantes, de bons atores e de tempo para quem assistiu. Que pena.