Se existe um mercado complicado para qualquer player se estabelecer, este mercado é o brasileiro. As características da indústria nacional da televisão desafia qualquer gigante internacional que queira faturar com os telespectadores daqui. A televisão paga, por exemplo, é um exemplo de um mercado que não consegue alcançar todo o seu potencial.
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São vários os fatores que prejudicam o desenvolvimento do mercado brasileiro, inclusive artisticamente. A falta de concorrência forte, disputando número por número de audiência, tem um impacto significativo na qualidade do que é levado ao ar. O fator preponderante, o Grupo Globo, com sua máquina financeira, a TV Globo, ocupa duramente todos os espaços.
Assim, o SBT, que hoje em dia é digno de pena, e a Record TV, que se perdeu no caminho para a liderança (risos), não fazem nem cócegas na líder de audiência, quando o assunto é teledramaturgia. E não se trata somente de dinheiro, mas de know-how. Não é simples produzir no Brasil, ainda mais abrindo um novo espaço, como a HBO Max.
Anunciada como um grande negócio, com mais de cem produções latino-americanas em um relativo espaço de tempo, a gigante americana decidiu apostar em telesséries. Esse é um segmento que já existe no mercado internacional, como na Colômbia, no México e nos Estados Unidos. São telenovelas com uma pegada de série. Com luxuoso elenco, a plataforma anunciou Segundas Intenções.
Agora, com mudanças na matriz, a fusão com a Discovery, os investimentos prometidos para o Brasil devem mesmo ocorrer. Segundo o site Notícias da TV, mesmo com uma reorganização na WarnerMedia, controladora da HBO Max, não ameaçaria também a produção de novelas brasileiras, o que é uma ótima, porque esse mercado precisa ir muito além da Globo.
As mudanças no gênero que a HBO Max promete trazer não podem ser o fim do que nem começou ainda. Na era do streaming, é louvável que haja outras propostas de teledramaturgia, que se busque solidificar a indústria por aqui, com empresas independentes realizando toda a produção. Isso daria mais robustez ao mercado nacional.
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