
Casimiro Miguel é um fenômeno da comunicação. Sem uma inovação sequer, atrai milhões de fãs ávidos por um comentário sincerão do streamer mais popular do país. A Copa do Mundo do Catar, transmitida nas plataformas do “comentarista de conteúdo”, é o exemplo mais recente. Somente no YouTube, foram 4,86 milhões de espectadores simultâneos durante Brasil x Suíça. Bastante, não é? Mas não bate as canelas da Globo, que muitos ditos “especialistas” dizem estar ameaçada.
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Por que é um absurdo comparar Casimiro com a Globo? Primeiramente, porque a medição de audiência na internet e na TV são diferentes. Ambas têm suas especificidades e seus defeitos. Por exemplo, o Kantar Ibope mede o público da televisão por amostragem, instalando cerca de 6 mil peoplemeters em residências pelo país. Na web, é comum as visualizações serem “impulsionadas” com dinheiro ou manipulação de algoritmos, tornando mais frágil a confiabilidade dos números.
Em segundo lugar, a comparação deriva-se de um péssimo histórico do jornalismo de criar falsos conflitos, maquiar rivalidades e derrubar quem está no topo, como se deixar o líder desconfortável fosse sinônimo de imparcialidade. Na verdade, essa “guerra” imposta por veículos de imprensa supostamente “especializados” em TV só tem por objetivo vender, na época dos jornais e revistas, e atrair o clique, no jornalismo de internet.
Não é novidade a imprensa querer “destronar” a Globo, campeã de audiência nos últimos 50 anos. Pantanal, Casa dos Artistas e Os Dez Mandamentos, por exemplo, bagunçaram a audiência da TV e incomodaram a líder, mas nunca inverteram o ranking. (Observação: este colunista reforça que não quer fazer propaganda para a emissora carioca, até porque ela não precisa, mas sim refletir sobre a qualidade do conteúdo sobre TV produzido na internet)
Como em uma ficção, jornalistas buscam construir histórias baseando-se em fatos ou suposições e buscando um conflito, Contudo, é uma ideia rasa e pueril acreditar que “se um ganha o outro perde”, como pretende-se vender a “rivalidade” entre Casimiro e Globo. Casimiro não “roubou” público do canal, nem existem pesquisas que cravem a transferência de ibope.
A pulverização de plataformas impede qualquer análise profunda da audiência na TV e na internet. É perfeitamente possível um espectador assistir, ao mesmo tempo, ao mesmo jogo na Globo e no canal de Casimiro. Se antigamente só era possível ver o SBT tirando da Globo, por exemplo, hoje a tecnologia permite sintonizar o YouTube no celular, uma emissora no computador e outra no bom e velho televisor.
A coluna, inspirada na cobertura distorcida dos ditos “especialistas”, experimenta transformar os números gigantescos de Casimiro em audiência da TV. Para este cálculo, será utilizado o índice de audiência do PNT (Painel Nacional de Televisão), que reúne as 15 principais regiões metropolitanas do país. Limitado, porém o mais próximo da abrangência da internet.
Cada ponto no PNT representa 258.821 domicílios e 713.821 indivíduos. Como a internet costuma ser acessada em equipamentos individuais (como celular, computador e notebook), a comparação será feita pelo número de pessoas. Se dividirmos 4,8 milhões de espectadores simultâneos de Casimiro durante Brasil x Suíça por 713821, o resultado com uma casa decimal será 6,8.
Na televisão, a Copa do Mundo de Casimiro marcaria 6,8 pontos no Kantar Ibope, superando todas as emissoras… exceto a Globo, que na mesma partida cravou 50 pontos (35.691.050 indivíduos) nos dados prévios e obteve 76% de share (ou seja, três de cada quatro televisores estavam sintonizados no canal). Com uma regra de três básica, conclui-se que uma Globo equivale a pouco mais de sete Casimiros.
Casimiro não vai acabar com a Globo, como a TV não acabou com o rádio (sim, os dois argumentos são idênticos, e o segundo se mostrou ridículo com o tempo). A televisão aberta, como veículo mais democrático do país, continuará reinando nos lares brasileiros enquanto for o único meio gratuito de informação e entretenimento.
Por fim, a coluna alerta: cuidado com o que você lê. Questione o que supostos experts analisam com “imparcialidade”, quando na verdade o que desejam é somente atrair o seu clique.
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