A Globo surpreendeu o público no último domingo (8) ao recriar, com riqueza de detalhes, o Domingo Legal para homenagear Gugu Liberato na Batalha do Lip Sync, quadro do Domingão com Huck. João Augusto Liberato, filho mais velho do apresentador, entrou no palco como um dos integrantes do KLB, trio lançado na TV em uma edição do programa do SBT que, ironicamente, havia humilhado o Domingão do Faustão em 2000.
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No duelo com João Guilherme, filho de Fausto Silva, João Augusto iniciou sua apresentação dublando Baile dos Passarinhos e Pintinho Amarelinho, imitando o pai com direito a paletó amarelo e microfone com espuma vermelha. Na segunda performance, o Domingão com Huck exibiu um trecho original do Domingo Legal, cedido pelo SBT, em que Gugu anuncia pela primeira vez o grupo KLB.
De repente, o estúdio global se transforma no cenário espelhado do Domingo Legal “raiz”, e João Augusto aparece como Leandro, ao lado de Kiko e Bruno, dublando A Dor Desse Amor. O herdeiro, ao final, vai à plateia e chama para o palco o Leandro original, encerrando o tributo com lágrimas no auditório e nas redes sociais.
A edição do Domingo Legal lembrada pelo Domingão com Huck provocou dores de cabeça nos bastidores da Globo quando foi ao ar, em 25 de junho de 2000, auge da “guerra de audiência” dos domingos. Com o lançamento do KLB e outras atrações, Gugu registrou 29 pontos, contra 17 do Domingão do Faustão.
Na época, o programa de Fausto Silva passava por uma reformulação drástica para recuperar a audiência tomada por Gugu. A crise piorou quando o diretor Alberto Luchetti Neto (que em junho acusou Faustão de assédio moral) decidiu boicotar atrações musicais que fossem ao Domingo Legal, como Zezé Di Camargo & Luciano.
Franco Scornavacca, empresário da dupla sertaneja, não se abateu com a “geladeira” global e contou com o dominical do SBT para divulgar seus três filhos cantores, Kiko, Leandro e Bruno, tratados como estrelas por Gugu Liberato. Resultado: o Domingo Legal impôs mais uma derrota a Fausto Silva.
A Globo interveio para salvar o Domingão e trocou Luchetti por Luiz Gleiser. Sob nova direção, o boicote a cantores também caiu. Entretanto, Fausto Silva só iria recuperar a soberania aos domingos em 2003, quando o Domingo Legal inventou a farsa do PCC.
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