Quem assiste aos telejornais locais da Globo em São Paulo já percebeu as mudanças no time de repórteres. A emissora ampliou a diversidade e rompeu com o inaceitável e racista “padrão branco” que incomodava muitos telespectadores e profissionais de imprensa. Demorou, mas agora é possível acompanhar reportagens assinadas por jornalistas negros e amarelos.
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A mais recente contratação foi Willian Rafael, trazido da EPTV (afiliada da Globo no interior de São Paulo). Ele estreou em fevereiro e já vem se destacando em reportagens e transmissões ao vivo no Bom Dia SP e SP1, embora ainda esteja se ambientando à capital paulista.
Willian, primeiro repórter negro da Globo em São Paulo nos últimos anos, se une a Gabriela Dias, que trabalhou como repórter e apresentadora da afiliada TV Tem até novembro de 2021. Além deles, a equipe de reportagem ainda tem Indianara Campos e Mariana Aldano, negras, e Rafael Ihara e Cristina Mayumi, de ascendência asiática.
A ampliação da diversidade na Globo em São Paulo começou no esporte, que trouxe mulheres e negros para o grupo de jornalistas. Luiz Teixeira, por exemplo, foi o primeiro repórter negro do Globo Esporte desde a saída de Abel Neto, em 2018.
Em novembro de 2021, a gaúcha Luiza Vaz dividiu a apresentação do Mistura Paulista com a repórter esportiva Denise Thomaz Bastos, negra e nascida na periferia de São Paulo.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 56% da população brasileira é preta ou parda. Portanto, o movimento antirracista por mais representatividade é legítimo e necessário. O que a Globo faz ainda é pouco, mas serve de exemplo para outros veículos de imprensa que insistem em enxergar “competência” somente em profissionais brancos.
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