A veterana atriz Suzana Faini, que inegavelmente é figura conhecida dos noveleiros de plantão, morreu aos 89 anos nesta segunda-feira (25), no Rio de Janeiro. A causa foram complicações de saúde em decorrência do mal de Parkinson.
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Os mais jovens devem conhecê-la como Dona Áurea, mãe de Théo (Rodrigo Lombardi) em Salve Jorge (2012/13), de Glória Perez. Ela desaprovava o relacionamento do filho com Morena (Nanda Costa), pois esta era mãe solteira e moradora de uma comunidade.
Seu trabalho mais recente foram dois papéis em Espelho da Vida, de Elizabeth Jhin, novela das 18h da Rede Globo. Na atualidade, ela era a Guardiã da casa onde morou Júlia Castelo (Vitória Strada) no passado. Nos acontecimentos passados nos anos 1930, Suzana interpretou Dona Albertina Castelo. Trata-se da mãe do Coronel Eugênio (Felipe Camargo) e, portanto, avó de Júlia.
Um breve retrospecto da carreira de Suzana Faini
Suzana Faini participou de novelas bastante representativas entre os anos 1970 e 2000. Em Irmãos Coragem (1970/71), de Janete Clair, ela viveu Cema, mulher do garimpeiro Brás Canoeiro (Milton Gonçalves).
A certa altura da história Cema é estuprada por Juca Cipó (Emiliano Queiroz), capanga e filho bastardo do Coronel Pedro Barros (Gilberto Martinho). No remake da novela, produzido em 1995, Suzana foi escalada para o papel de Dalva, tia que criou a sobrinha Lara (Letícia Sabatella) como filha. Dalva coube a Mirian Pires na versão original.
Outra história de Janete Clair que já teve duas versões na televisão, ambas contando com Suzana Faini no elenco, foi Selva de Pedra. Na versão de 1972 a atriz viveu Olga, secretária da presidência do estaleiro Celmu, que concentrava os interesses econômicos da trama. Olga tinha interesse em Caio (Carlos Eduardo Dolabella), filho do armador Aristides (Gilberto Martinho).
Já em 1986 Suzana deu vida à Dra. Ana, advogada de Cristiano (Tony Ramos) no caso da morte de Gastão (Marcelo Ibrahim). Nos anos 1970 o personagem equivalente a Ana era Dr. D’Ávila (Urbano Lóes). Ao passo que Francisco Cuoco foi Cristiano e Jorge Caldas, Gastão.
Por outro lado, vieram alguns papéis menores em Pai Herói (1979) e Brilhante (1981/82), por exemplo. Posteriormente, Suzana Faini teve novos grandes momentos.
Livre Para Voar (1984/85), de Walther Negrão, apresentou-a como Marta, esposa do alcoólatra Álvaro (Edney Giovenazzi). Com Negrão ela também teve bons papéis em outras novelas.
Em Direito de Amar (1987) Suzana foi Mercedes, governanta do Senhor de Monserrat (Carlos Vereza). Posteriormente, Top Model (1989/90) mostrou-a como outra Marta, mãe da modelo Duda (Malu Mader). Aqui Negrão trabalhou com Antonio Calmon, a saber.
Mesmo que breve, sua participação em Mandala (1987) merece menção. Suzana foi Glória, mulher de Michel (Walmor Chagas), mãe de Laio (Taumaturgo Ferreira).
Uma redescoberta de Suzana Faini nos anos 2000
Após algum tempo fazendo apenas pequenas participações, inclusive mais de uma como freira, Suzana Faini ganhou novamente uma boa personagem em 2008.
Na novela A Favorita, de João Emanuel Carneiro, ela viveu Yolanda. Casada com Copola (Tarcísio Meira) há 50 anos, ela sempre soube que a paixão dele por Irene (Glória Menezes) jamais arrefeceu.
Em 2010, o primeiro encontro com Elizabeth Jhin em Escrito nas Estrelas. Sua personagem era a amorosa Antônia, governanta que para o jovem Daniel (Jayme Matarazzo) era a figura de mãe conhecida.
É verdade que seus papéis em Espelho da Vida são relativamente pequenos. No entanto, a experiência e a expressividade de Suzana Faini tornam ambas as personagens ainda mais essenciais à história criada por Elizabeth Jhin. Ela as torna grandes, com toda a certeza. Um belo presente à atriz, sem dúvida.
Suzana Faini e o cinema
Em suma, a despeito de sua vasta lista de trabalhos na televisão, Suzana Faini atuou relativamente pouco em cinema. Em 50 anos foram menos de 20 filmes, como resultado de sua dedicação à tela pequena. Todavia, alguns deles merecem destaque.
É o caso, por exemplo, de O Crime do Zé Bigorna (1977), de Anselmo Duarte, e Eternamente Pagu (1988), de Norma Bengell.
Além disso, Vidas Partidas (2016), de Marcos Schechtman, e O Ibraim do Subúrbio (1976), de Astolfo Araújo e Cecil Thiré. Só para ilustrar, neste ela interpreta a insatisfeita esposa de Roy (Paulo Hesse), homem azarado que arranja emprego na claque de um programa de TV.