Perda nas artes

De que novelas Agnaldo Rayol participou? Cantor também marcou presença na teledramaturgia

Artista foi galã em várias emissoras, entre as décadas de 1960 e 1980

Publicado em 04/11/2024

O cantor, ator e apresentador Agnaldo Rayol faleceu na madrugada desta segunda-feira (4), aos 86 anos, depois de sofrer uma queda no apartamento em que morava, na zona norte da capital paulista. Nos últimos anos, o artista passou por alguns problemas de saúde, como depressão e um coágulo na coluna. Outra queda, sofrida em 2022, levou a fraturas na tíbia e na fíbula e mais de um ano de fisioterapia.

Agnaldo Rayol tinha mais de 60 anos de carreira, e além de ser muito conhecido pelo vozeirão e pela grande afinação também brilhou como apresentador e ator em diversas emissoras. No gênero telenovela, ele foi lançado como jovem galã no papel de Luís, filho de Betinho (Tarcísio Meira) e Maria (Lolita Rodrigues) em Mãe, de Ciro Bassini, adaptada da radionovela de Ghiaroni, na TV Excelsior, em 1964.

Na mesma emissora, Agnaldo protagonizou O Caminho das Estrelas, novela de Dulce Santucci, no ano seguinte. Ele vivia o cantor Carlos Dória, que enfrentava diversas dificuldades em seu romance com Sílvia (Arlete Montenegro), e chegava até a perder a voz temporariamente em razão de traumas emocionais.

Em 1968, a Record retomou sua produção de teledramaturgia e apostou até 1974 em diversos títulos. Agnaldo teve papel de destaque em A Última Testemunha (1968-1969), de Benedito Ruy Barbosa; As Pupilas do Senhor Reitor (1970-1971), de Lauro César Muniz, da obra de Júlio Dinis; e Os Deuses Estão Mortos (1971), também de Lauro.

Em 1979-1980, a Rede Tupi produziu Como Salvar Meu Casamento, que inclusive saiu do ar sem exibir o desfecho. Na história escrita por Ney Marcondes e Carlos Lombardi, criada por eles com Edy Lima, Agnaldo viveu Gilberto, homem ligado ao passado de Melão (Kito Junqueira) e verdadeiro responsável pela morte de sua amante, mulher de Melão, acusado do crime.

Na década de 1980, Agnaldo Rayol pôde ser visto à frente do musical Festa Baile, na TV Cultura, junto com Branca Ribeiro (depois, com Cláudia Matarazzo), além de ter integrado o elenco de novelas da TV Bandeirantes.

Ele viveu Edmundo Amarante, o apaixonado de Cecília (Elaine Cristina), na segunda versão de A Deusa Vencida (1980), de Ivani Ribeiro. No original de 1965, da TV Excelsior, os personagens foram de Tarcísio Meira e Glória Menezes. Em 1980-1981 seu papel foi o do médico Thales, em Dulcinéa Vai à Guerra, escrita por Sérgio Jockymann e Jorge Andrade.

Sua última participação em novelas se deu em 1981, na segunda e terceira fases de Os Imigrantes, de Benedito Ruy Barbosa. Seu papel era o do estudante Miguel, que se envolve em lutas contra o governo e se apaixona por Maninha (Marcela Muniz), irmã mais nova de Antonieta (Nicole Puzzi). Ele acaba sendo uma das vítimas da gripe espanhola.

Como apresentador, Agnaldo também fez sucesso na década de 1960 na TV Record, quando ao lado de Roberto Corte Real apresentou o Corte Rayol Show. Participou de algumas versões de Romeu & Julieta no SBT, com Ronald Golias e Hebe Camargo, além da Escolinha do Golias. Em 2017, Agnaldo participou de um episódio da série Mister Brau, na TV Globo.

Também na TV Globo, o artista integrou a trilha sonora de novelas de grande sucesso, como O Rei do Gado (com ‘Mia Gioconda’, interpretada junto a Chrystian & Ralf) e Terra Nostra (1999-2000), cujo tema de abertura ‘Tormento D’Amore’ ficou a cargo de Agnaldo e Charlotte Church.