A novela Fuzuê chega ao fim com boas qualidades, mas pontuada por dois grandes erros que evitaram o sucesso da trama. E não se trata da caça ao tesouro.
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Desde o início, o público já sabia que esse era o tema da produção. Gostando ou não, vira e mexe as relíquias da Dama de Ouro (Zezé Motta) agitaram a vida de praticamente todos os personagens.
Com muita ou pouca relevância, o contexto foi bem trabalhado pelo autor Gustavo Reiz, que ainda abordou temas relevantes como reciclagem, amor na terceira idade, corrupção e câncer.
O texto do dramaturgo casou bem com o ritmo da novela, mesmo em meio a muitas mudanças, do pastelão para o drama. Outra grande qualidade é o elenco estrelar, pontuado por ótimos personagens, com destaque para Giovana Cordeiro – uma das melhores protagonistas das sete -, Olívia Araújo, Juliano Cazarré, Ruan Aguiar, Marina Ruy Barbosa, Edson Celulari e Heslaine Vieira.
Em baixa, o mocinho Miguel, um dos piores do horário, sem nenhum bom conflito e chato demais. Longe de ser culpa de Nicolas Prattes. Já Lilia Cabral, Cyria Coentro, Zezeh Barbosa, Fernanda Rodrigues e Ary Fontoura mereciam melhores momentos.
Boa em uns pontos, Fuzuê pecou por dois erros cruciais: deixar a loja que dá nome à novela em segundo plano. Com o tesouro encontrado, o comércio virou coadjuvante, sendo que deveria ser melhor explorado, assim como aconteceu com a Luxus, em Cobras e Lagartos. Só ficou fechada por um tempo, nunca mudou de dono, passou por poucas crises…
Além disso, a vilã Preciosa ficou perdida no mesmo enredo a novela inteira. Nunca perdeu a pose, não pagou por seus crimes, foi mal trabalhada. O sonho de vê-la pobre e trabalhando na Fuzuê, que poderia aumentar a repercussão da trama, passou longe. A vilã sofreu apenas pequenas punições, longe de acabar com sua pose.
Apesar dos pesares e com média de audiência ruim, Fuzuê ainda conseguiu fazer barulho nas redes sociais e colocar alguns personagens no imaginário do público. Prova que Gustavo Reiz merece mais chances na Globo.
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